FMI faz alerta e diz que Brasil deve se preparar para esticar auxílio emergencial
“Retirada esperada do apoio fiscal vão restringir o consumo”, afirmou o Fundo Monetário Internacional, em relatório sobre o país
atualizado
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que o fim de auxílios financeiros pagos pelo governo brasileiro durante a pandemia do novo coronavírus vão reduzir o consumo das famílias e retardar a recuperação econômica.
A conclusão consta em relatório sobre o Brasil publicado nessa quarta-feira (2/12) pelo Conselho Executivo do FMI. Leia aqui a íntegra do texto (versão em inglês).
O FMI informou que as autoridades brasileiras implementaram programas emergenciais de transferência de renda e retenção de empregos, além de terem aumentado os gastos com saúde na crise sanitária.
O governo federal tem creditado, desde abril deste ano, um auxílio emergencial de R$ 600 (o valor foi reduzido para R$ 300 a partir da quinta parcela) a cerca de 60 milhões de brasileiros.
Extensão incerta
A extensão do benefício, no entanto, é incerta. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já se posicionaram contra a prorrogação do auxílio emergencial.
“Alguns querem perpetuar tais benefícios. Ninguém vive dessa forma. É o caminho certo para o insucesso. E temos que ter a coragem de tomar decisões”, disse Bolsonaro, nessa terça-feira (1º/12).
Por sua vez, ao ser questionado sobre a prorrogação do auxílio, Rodrigo Maia foi direto: “Isso é problema do governo, só que não haverá PEC da Guerra mais. Essa acaba dia 31”.
O FMI enfatizou que as autoridades deveriam estar preparadas para fornecer um apoio direcionado adicional e alertou contra uma retirada abrupta do apoio fiscal.
“Os efeitos persistentes da crise da saúde e a retirada esperada do apoio fiscal irão restringir o consumo, enquanto o investimento será prejudicado pela capacidade ociosa e alta incerteza”, avaliou.