metropoles.com

FMI afirma que crise brasileira é causada por fatores domésticos

Números fiscais e a inflação já vinham mostrando deterioração, mas a partir do segundo trimestre de 2015, os fatores políticos e a Operação Lava Jato amplificaram a crise

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
YOUTUBE/REPRODUÇÃO
Alejandro Werner FMI
1 de 1 Alejandro Werner FMI - Foto: YOUTUBE/REPRODUÇÃO

A profundidade da crise brasileira se deve principalmente a fatores domésticos, que incluem a turbulência política e os efeitos do escândalo de corrupção na Petrobras, afirmou o diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner, em uma apresentação em Nova York na Americas Society/Council of the Americas.

“O Brasil está sofrendo por fatores externos, mas obviamente a profundidade da crise reflete condições domésticas”, disse Werner em sua apresentação. O diretor do FMI ressaltou que indicadores da economia brasileira, como os números fiscais e a inflação, já vinham mostrando deterioração, mas a partir do segundo trimestre de 2015, os fatores políticos e a Operação Lava Jato amplificaram a crise.

A incerteza adicional veio do escândalo de corrupção e da turbulência política, disse Alejandro Werner.

Uma das evidências que fatores externos não explicam a crise brasileira é que outros países da América Latina, também dependentes de exportações de commodities, como Peru e Colômbia, estão conseguindo passar por este momento com Produto Interno Bruto (PIB) em crescimento e sem deterioração de vários indicadores econômicos, ressalta o diretor do FMI. “Não colocaria todos os ônus dos problemas (do Brasil) em fatores externos. Em termos da queda das commodities, países que gerenciaram a economia relativamente bem ainda estão bem posicionados para lidar com novos choques”, disse.

Exagero no estímulo
Para lidar com o fim do super ciclo das commodities, o Brasil e outros países da América Latina tomaram uma série de medidas para estimular a economia a partir de 2010, mas Werner avalia que o governo de Dilma Rousseff pode ter “exagerado” nessa estratégia, sobretudo quando a piora da crise brasileira não mais era explicada apenas por fatores externos.

Um dos problemas que o Brasil precisa enfrentar para voltar a crescer é gerar condições para que o setor privado invista mais, disse o diretor do Fundo Monetário Internacional. Um dos fatores que explica o baixo crescimento do País nos últimos anos é a queda do investimento e da produtividade, destacou em sua apresentação.

O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff começou com a promessa e algumas medidas efetivas para um ajuste na economia, incluindo no lado fiscal, que era a estratégia correta a ser feita, disse Werner. Mas o ambiente político complicou a aprovação do pacote de medidas e agora levanta dúvidas sobre como fica a implementação do ajuste em um cenário mais adverso em Brasília.

Reformas
A América Latina deve ter em 2016 o segundo ano de crescimento negativo, puxado por quatro países, Argentina, Brasil, Equador e Venezuela, ressaltou Werner. Já outros países da América devem ter desempenho melhor, como Peru, Colômbia, Chile e México, este último se beneficiando da expansão mais forte dos Estados Unidos

A projeção do Fundo é que o crescimento da América Latina volte a ficar positivo em 2017, mas Werner pondera que o nível de expansão deve ficar baixo por mais alguns anos. Para acelerar a atividade, é preciso avançar nas reformas estruturais.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?