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Fiesp: sindicatos marcam para dia 21 reunião que pode destituir Josué

Em meio à crise política na Fiesp, Josué Gomes da Silva é um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério da Indústria e Comércio

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1 de 1 Imagem colorida de Josué Gomes da Silva - Foto: Reprodução

Sindicatos patronais que fazem oposição ao presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, convocaram uma assembleia extraordinária para o dia 21 de dezembro com o objetivo de destituir o empresário do comando da entidade.

A reunião do dia 21 foi marcada à revelia do comando da federação. A Fiesp foi informada na semana passada sobre a intenção do grupo. Procurada pela reportagem do Metrópoles, a entidade informou que não se manifestará sobre o caso. Até o momento, Josué também não fez comentários.

A ideia inicial dos representantes de 86 dos 106 sindicatos com poder de voto na Fiesp era a de convocar uma assembleia para esta segunda-feira (12/12), mas não houve tempo hábil para viabilizar o encontro.

Caso Josué Gomes seja destituído do cargo, o estatuto da Fiesp determina que assuma o primeiro vice-presidente. Atualmente, esse posto é ocupado por Rafael Cervone, que também preside o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Entenda a crise na Fiesp

A crise política na Fiesp foi deflagrada em outubro, quando membros de 78 sindicatos apresentaram um pedido de convocação de assembleia. Em reunião da diretoria no início de novembro, Josué rechaçou a ofensiva, alegando que não havia elementos que justificassem a assembleia.

Um dos principais opositores de Josué é Nicolau Jacob, presidente emérito da Fiesp, que hoje representa o Sindicato da Indústria de Móveis de Junco e Vime e Vassouras e de Escovas e Pincéis do Estado de São Paulo.

Além dele, o nome de Paulo Skaf, ex-presidente da entidade (de 2004 a 2021), é citado como um dos defensores do grupo que deseja afastar Josué.

O pano de fundo da crise é político. As declarações de Josué durante a campanha, simpáticas à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, desagradaram a Skaf – apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) – e a integrantes da diretoria da Fiesp.

A decisão da entidade de divulgar uma carta “em defesa da democracia”, em agosto, foi considerada um equívoco por expor a Fiesp e atrelar a instituição à candidatura do petista – o documento teve apoio de apenas 14% dos sindicatos industriais.

Apesar de ter sido cogitado inicialmente como candidato a vice e depois como ministeriável de Lula, Josué jamais declarou seu voto publicamente.

Cotado para ministério

A proximidade com Lula fez com que Josué Gomes da Silva se tornasse um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Empresário da Coteminas, ele é filho de José Alencar (1931-2011), vice-presidente da República entre 2003 e 2010, nos dois governos de Lula.

Em meio à crise política na Fiesp, o empresário ampliou seu favoritismo na bolsa de apostas para integrar o primeiro escalão do futuro governo.

Josué foi eleito presidente da Fiesp em julho do ano passado e assumiu o cargo em janeiro de 2022.

A candidatura de Josué ao comando da Fiesp teve o apoio de Skaf.  Seu mandato à frente da entidade termina em 31 de dezembro de 2025.

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