FGTS: rombo de R$ 93,5 bilhões e saques podem ameaçar projetos
Caso o governo autorize a execução de todas as obras previstas, ainda faltariam R$ 2,5 bilhões no fundo
atualizado
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Apesar dos novos projetos do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o benefício pode não ter saldo suficiente para aprovar programas de habitação, saneamento, infraestrutura e saúde até 2022. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Com o valor totalizado em caixa atualmente, seriam necessários R$ 93,5 bilhões a mais para realizar as demandas. O orçamento do fundo será avaliado pelo conselho curador do FGTS na próxima terça-feira (30/07/2019). Até 2022, o saldo do FGTS é de R$ 215,5 bilhões, com total de orçamentos previstos em R$ 309 bilhões. Uma das possibilidades estudadas pelo conselho seria o congelamento dos projetos já contratados. Porém, segundo conselheiros ouvidos, a situação já era preocupante antes do anúncio de flexibilização dos saques.
Caso o governo autorize a execução de todas as obras previstas, ainda faltariam R$ 2,5 bilhões no fundo. O valor cresceria anualmente.
A maior parte dos gastos seria para a habitação popular, com R$ 61,3 bilhões previstos apenas para este ano. Os demais valores ficam distribuídos nos programas Pró-Moradia (R$ 500 milhões); Pró-Cotista (R$ 4,2 bilhões); Saneamento para Todos (R$ 4 bilhões); Pró-Transporte (R$ 4 bilhões); Pró-Cidades (R$ 1 bilhão); e FGTS-Saúde (R$ 3,5 bilhões).
Entre os motivos do descompasso está o aumento no número de saques, que já ultrapassou o valor das entradas. Ainda, o desemprego afeta os números, uma vez que a arrecadação é feita com base na folha de pagamento. A arrecadação líquida do fundo caiu 73% desde 2014, principalmente devido à recessão do país. Esse foi o menor patamar em dez anos.
Para contornar o problema, a equipe econômica do governo acredita que, ao incentivar os saques anuais, haverá uma redução, pois o trabalhador não poderá retirar o FGTS quando for demitido.