Fazenda vê Desenrola como alívio e descarta risco de bolha de crédito
Desenrola Brasil, programa emergencial do Ministério da Fazenda para renegociação de dívidas, entrou nesta semana em sua terceira fase
atualizado
Compartilhar notícia
Com o Desenrola Brasil – programa de renegociação de dívidas do governo federal – entrando em sua terceira e última fase, o Ministério da Fazenda não vê o programa um risco de estímulo a uma bolha de crédito no país, mas como um alívio pontual à população.
Uma fonte da pasta afirmou nesta terça-feira (29/8) não temer esse efeito de bolha de crédito, porque as condições para acesso ao crédito no país hoje são bem restritivas e os bancos continuarão seguindo seus padrões de liberação. No que se refere à bolha, o receio é que pessoas com nome limpo estejam em condições consumir sem poderem honrar com novos empréstimos no futuro.
Na visão da Fazenda, há muitas dívidas que foram contraídas na pandemia de Covid-19 e o programa lançado é um primeiro passo para a reorganização financeira desse público. Além disso, a plataforma de renegociação dos débitos deverá fornecer material para auxiliar na educação financeira da população brasileira recém “desenrolada”.
O Desenrola Brasil é um programa emergencial elaborado pelo governo federal, com a Secretaria de Reformas Econômicas, para combater a crise de inadimplência decorrente da pandemia.
A ideia é aliviar a situação de quem contraiu dívidas durante a pandemia (inclusive para a compra de alimentos) e dar condições para retorno ao mercado de consumo.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 70 milhões de negativados. Poderão ser renegociadas as dívidas negativadas nos bureaus de crédito de 2019 até 31/12/2022. A adesão ao programa por credores, beneficiários e bancos é voluntária.
Fases do Desenrola
O programa Desenrola Brasil é executado em três etapas. As primeiras foram iniciadas em julho: desnegativação de dívidas de até R$ 100; e renegociação de dívidas bancárias. A próxima fase, em que as dívidas atualizadas serão objeto de leilão de descontos, será iniciada em setembro.
Essa última fase vai abarcar devedores com renda de até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), além daqueles com dívidas financeiras e não financeiras cujos valores de negativação não ultrapassem R$ 5 mil.
Para essa etapa, os credores têm de 27 de agosto até 9 de setembro para concluir a habilitação na plataforma.