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Fazenda sobre inflação: há discrepância, mas projeção está alinhada

Para Fazenda, a análise da bandeira tarifária é o que justifica grande parte da discrepância entre as projeções da equipe econômica e mercad

atualizado

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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Aumento do preço da conta de energia no DF.
1 de 1 Aumento do preço da conta de energia no DF. - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda explicou, nesta segunda-feira (18/11), que grande parte da diferença entre as projeções da inflação feitas pela equipe econômica do governo Lula (PT) e pelo mercado financeiro está nas expectativas para o resultado final da bandeira tarifária da energia elétrica — fator que tem forte impacto no aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país.

No cálculo da inflação, o subitem energia elétrica corresponde a cerca de 25% do grupo “habitação”. Em outubro, a habitação teve a maior contribuição no índice geral, com variação de 1,49%. Para novembro, a bandeira tarifária vigente é a amarela.

A SPE espera acionamento da bandeira tarifária verde para o fim do ano. “Grande parte da diferença pode estar concentrada no fato da bandeira tarifária para o fim do ano, que no fim altera a projeção da inflação para o final de 2024”, analisou a subsecretária de Política Macroeconômica do Ministério da Fazenda, Raquel Nadal.

Caso o cenário de bandeira verde se concretize, “é muito provável que essas inflações de mercado também caiam para incorporar as mudanças de bandeira”, segundo a subsecretária.

Mais cedo, a Fazenda revisou a projeção da inflação para 2024, que avançou de 4,25% para 4,40%, de acordo o Boletim Macrofiscal. O mercado, por sua vez, estima que o IPCA fechará o ano em 4,64% — acima do teto da meta, que é de 4,5%.

Embora haja discrepância nos valores das estimativas, a SPE acredita que está “bem alinhada” com o que o mercado está prevendo.

“Parte da discrepância, com certeza, tem a ver com isso: que é o cenário de bandeira para o fim do ano. Tirando isso, estamos bem alinhados até com o que o mercado está prevendo porque, de fato, os choques cambiais e climáticos foram bastante intensos neste ano e explicam a aceleração da inflação cheia no ano”, avaliou Nadal.

Inflação

Atualmente, o IPCA está em 4,76% no acumulado de 12 meses até outubro — valor acima do teto da meta. No mês passado, a inflação cresceu 0,56%, puxada pela alta dos preços da energia elétrica (4,74%) e das carnes (5,81%).

Segundo os dados da equipe econômica, a inflação continua se distanciando do centro da meta para 2024, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3% — com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ou seja: 4,5% e 1,5%).

A meta de inflação de cada ano é estabelecida pelo CMN, que é composto por:

  • ministro da Fazenda;
  • ministro do Planejamento e Orçamento; e
  • presidente do Banco Central (BC).

No Boletim Macrofiscal, a SPE diz que, “até o fim do ano, deverá haver desaceleração nos preços monitorados, repercutindo, principalmente, mudanças esperadas nas bandeiras tarifárias de energia elétricas” — um dos fatores que mais puxou a alta do IPCA nos últimos meses, conforme mostrado pelo IBGE.

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