“Estratégia é mais importante que o nome”, diz economista sobre Haddad
Para Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, futuro ministro precisa ser mais claro sobre a linha que adotará na política econômica
atualizado
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Mais importante do que o nome do futuro ministro da Fazenda, que será Fernando Haddad (PT), é a estratégia adotada pelo governo eleito para conduzir a economia do país. Para Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, os sinais emitidos até aqui não deixam claro o caminho que será seguido pela equipe econômica a partir de 1o. de janeiro de 2023.
“Acabando a eleição, ficamos esperando informações sobre a agenda econômica. Na verdade, estamos esperando até agora”, diz Padovani. “O que importa é qual a estratégia do próximo governo. Sendo o Haddad ou não, para nós não era tão relevante. A estratégia de governo é mais importante que um nome ou outro.”
O economista afirma que, independentemente de quem esteja no governo, “há uma tendência no Brasil de se achar que o Estado é crucial, o que demanda gasto”.
“A questão é como você vai atender as demandas da sociedade sem aumentar imposto, sem aumentar a inflação e sem aumentar a dívida. Hoje é o Paulo Guedes, amanhã será o Haddad, e essa questão continua tendo de ser enfrentada”, diz Padovani.
Apesar da preocupação do mercado em relação à gestão de Haddad na Fazenda, o economista-chefe do BV afirma que o país “tem se mostrado muito estável”.
“A inflação está caindo. Foi surpreendente ver que o mercado enfrentou com tranquilidade esse processo político, o que mostra que somos uma economia estável”, apontou.
“O Brasil fez muitas reformas desde 2016. A economia brasileira está muito mais forte do que nós imaginávamos. O crescimento dos últimos anos sempre foi maior do que o projetado.”