Especialista aponta que cortes do governo federal adiarão perda de grau de investimento
Monica de Bolle pesquisadora do Instituto Peterson para Economia Internacional entende que a agência Moody’s deverá levar em conta a decisão do país
atualizado
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O corte de R$ 26 bilhões do Orçamento para 2016 adia temporariamente a perda de grau de investimento do Brasil concedido pela Moody’s, comentou Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson para Economia Internacional. “A Moody’s acabou de reduzir a nota do Brasil (em agosto) e com essas medidas de diminuição de despesas a agência deverá esperar um pouco para verificar a sua implementação antes de tomar alguma decisão sobre o rating do País”, comentou. “No caso da Fitch, não sei o que vai ocorrer. A agência está muito quietinha ”
Na avaliação de Monica, a redução de despesas, sobretudo no programa Minha Casa, Minha Vida, deve gerar “fortes ruídos políticos”, especialmente junto à base popular de apoio político à presidente Dilma Rousseff.
“Diante das atuais condições das finanças do País, os cortes de despesas anunciados eram inevitáveis. Mas são apenas tapa-buraco para as contas públicas de 2016.”
Monica de Bolle
“As reduções de gastos deveriam também envolver medidas para diminuir o déficit da Previdência Social, onde está o principal problema fiscal do Brasil”, ponderou. “É positivo o governo buscar a meta de 0,7% do PIB de superávit primário para o próximo ano. Mas é preciso bem mais que isso. É fundamental anunciar uma estratégia de médio prazo para o ajuste fiscal.”