Equipe econômica volta a discordar do Congresso sobre auxílio emergencial
Enquanto presidente do BC afirma que contrapartida fiscal é essencial para retomada do benefício, Lira pede urgência na volta do programa
atualizado
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatizou mais uma vez, nesta quinta-feira (11/2), que a retomada do auxílio emergencial terá efeito contrário ao esperado se não houver contrapartida fiscal.
“Um pacote que leve a uma deterioração da situação fiscal pode levar a um desalinhamento de preços que pode afastar investimentos. Então pode ocorrer o resultado contrário, de contração da economia”, afirmou em evento promovido pelo JP Morgan.
Por outro lado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou também nesta quinta-feira (11/2), uma posição do ministro da Economia, Paulo Guedes, em relação à retomada do benefício, criado para atender pessoas de baixa renda afetadas economicamente pela pandemia da Covid-19.
No ano passado, o governo pagou uma média de até R$ 600 por mês para 69 milhões de pessoas entre março e dezembro do ano passado. No total, o governo gastou R$ 300 bilhões em 2020 com o auxílio.
“Urge que o ministro Guedes nos dê com sensibilidade do governo uma alternativa viável, dentro dos parâmetros da economia como ele pensa e como a sociedade deseja, a situação está ficando crítica na população e precisamos encontrar uma alternativa”, disse Lira na Câmara dos Deputados. O programa foi interrompido em dezembro.
“O governo e o ministro Guedes têm de rapidamente encontrar uma alternativa de solução imediata do auxílio, nós sabemos que a PEC do Senado, emergencial e pacto federativo, serão importantes para orçamentariamente manter todas as regras do teto”, emendou.
Esse foi o primeiro embate entre o ministro e o presidente da Câmara. A chegada de Lira no Congresso era uma aposta de Guedes para a aprovação de pautas da pasta. O ministro não divergia do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RIO), que foi acusado pelo governo de empacar propostas no Congresso.