Entre analistas, nome de Fernando Haddad é visto com preocupação
Novo ministro da Fazenda não é considerado técnico. Indicação, contudo, já era prevista pelo mercado e estava “precificada”
atualizado
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Analistas de mercado veem com preocupação a escolha do nome de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda. “Seria preferível uma pessoa com o perfil mais técnico e menos político”, diz Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital, que realiza análise de investimentos. “Isso produz incertezas e volatilidade.”
Renato Breia, sócio da Nord Research, observa que a indicação já havia provocado um impacto negativo no mercado, poucas semanas atrás. “Desde então, o governo eleito passou sinais muito ruins. Parece que o PT está a caminho de um governo mais como o de Dilma do que como o de Lula 1”, afirma. “Resta saber como o Congresso vai se comportar. Se for mais firme, vamos ter alguma esperança. Se mais fraco, porém, a situação pode se complicar.”
“De qualquer forma, embora a notícia seja negativa, ela já foi precificada”, acrescenta Breia. “A Bolsa já acumula queda de cerca de 8% desde as eleições e não se considera mais que haverá um grande corte na taxa básica de juros, a Selic [hoje, em 13,75% ao ano], em 2023. Ela pode ficar acima de 11%, quando a gente sonhava que ficaria abaixo de 10,75%. O Haddad não é um nome técnico. Pode ser de uma ala menos radical do PT, mas não é técnico.”