Energia eólica e transmissão: Eletrobras lucra R$ 1,3 bi em leilão
Estatal esperava arrecadar R$ 3,1 bi com a venda de ativos; sete lotes não receberam propostas. Ações da companhia estão em alta
atualizado
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O leilão de participações da Eletrobras em Sociedades de Propósito Específico (SPEs) de geração eólica e de transmissão foi realizado na manhã desta quinta-feira (27/9), resultando na venda de 11 dos 18 lotes ofertados. A companhia conseguiu arrecadar cerca de R$ 1,296 bilhão, dos R$ 3,1 bilhões que pretendia obter com venda de todos os ativos.
O presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, destacou, porém, que considerando apenas os lotes vendidos, o ágio foi de cerca de 2%. Dos oito lotes de geração eólica, a companhia conseguiu comercializar no certame apenas três, todos arrematados pelo valor mínimo estabelecido, de R$ 470,6 milhões.
Já no caso dos empreendimentos de transmissão, foram vendidos oito lotes dos 10 ofertados, alguns com disputa de investidores, gerando uma arrecadação de R$ 826,3 milhões, o que corresponde a um ágio de 3,3% ante o valor mínimo
Ferreira Junior salientou que o valor arrecadado permite à Eletrobras amortizar “quase 10%” da dívida líquida, que soma perto de R$ 17 bilhões. Pelos seus cálculos, nesse processo, a alavancagem da companhia deve recuar a perto de 3,1 vezes dívida líquida/Ebitda, ante as 3,4 vezes anotadas ao final do segundo trimestre. A meta da companhia é encerrar o ano abaixo de 3 vezes.
Amortização de dívida
Questionado se a frustração com a venda de todos os lotes atrapalharia a meta, ele afirmou que a companhia também conseguiu realizar outras iniciativas que permitirão a redução do endividamento e citou a venda de ações da Eletropaulo, dentro do processo de mudança do controle da distribuidora, além do acordo para encerrar uma disputa judicial.
O executivo admitiu, porém, que apenas parte dos recursos provenientes da venda dos lotes nesta quinta leiloados entrarão no caixa da empresa ainda em 2018. Isso porque em diversos lotes será necessário ser respeitado o prazo para o exercício do direito de preferência, que pode chegar a 60 meses.
A maior parte dos lotes vendidos foi arrematada por atuais sócios da estatal nos empreendimentos em questão. É o caso dos lotes de geração F, conquistado pela J. Malucelli, que já detinha 51% restantes da SPE em questão, e Brennand Energia, que obteve o lote H. Na transmissão, Equatorial arrematou a participação restante em sua Intesa (lote I), enquanto Taesa arrematou os lotes L e N, nos quais também é sócia, além do P, que tem participação majoritária de sua controladora, Cemig (51%). Alupar venceu os lotes K e M, nos quais é controladora.
Destaque, ainda, para a Copel, que arrematou o lote J, o mais disputado do certame, e também o com maior valor individual de ágio, de 20,35%. Esse foi o único lote comercializado que oferecia participação de controle, de 75% do empreendimento. Já o lote O ficou com o Consórcio Olympus VI, que ofertou lance com ágio de 10%.
A Eletrobras explicou que quando os sócios apresentam lances no leilão, obviamente declinam do direito de preferência. Em alguns lotes, porém, há outros sócios minoritários que não participaram do certame e portanto podem exercer seu direito de preferência. Segundo a companhia, os lotes C, J, L, M, N, O e P precisarão aguardar esse prazo.