metropoles.com

Empresas brasileiras perderam R$ 719 bi na Bolsa em 2021. Veja lista

Magazine Luiza lidera ranking, com perda de R$ 121 bilhões. B3 tem o 2º pior desempenho do mundo neste ano, atrás apenas do IBC da Venezuela

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Instagram
Vaca magra foi instalada em frente à B3
1 de 1 Vaca magra foi instalada em frente à B3 - Foto: Reprodução/Instagram

A pandemia da Covid-19 e os temores sobre a política fiscal do governo comprometeram os investimentos no país. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, B3, atingiu o segundo pior desempenho do mundo em 2021, perdendo apenas para a Venezuela, país que se encontra há anos num quadro de hiperinflação e empobrecimento.

Em valor de mercado, as empresas brasileiras já perderam R$ 719 bilhões no ano.

O destaque negativo fica com a gigante varejista Magazine Luiza, que aparece em 1º lugar no ranking, com perda avaliada em mais de R$ 121 bilhões. Até o início de dezembro, as ações da empresa acumulavam queda de 76% em 12 meses. Em 2º lugar, está o Itaú Unibanco, que recuou R$ 89,5 bilhões em valor de mercado.

Na outra ponta, a Petrobras aparece como uma das empresas que mais lucrou durante o período, com crescimento de R$ 25,7 bilhões. Entre os destaques, está o Banco de Brasília (BRB), com crescimento de R$ 2,9 bilhões.

O Banco Inter reverteu resultados negativos recentes e é um dos que mais ganhou valor de mercado neste ano (R$ 6,2 bilhões).

Veja a lista completa das empresas que mais perderam em valor de mercado:

A seguir, o ranking das empresas que mais ganharam em valor de mercado:

Os dados foram compilados pela Economática, empresa que faz estudos sobre a bolsa de valores, a pedido do Metrópoles. Estão atualizados até 13 de dezembro.

De acordo com os resultados da pesquisa, desde o Plano Real, 2021 teve o 9º pior desempenho do Ibovespa. Além da pandemia da Covid-19, declarações antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro (PL), ameaças de desrespeito à lei do teto de gastos, criação de programas sociais fora do Orçamento 2021, denúncias de corrupção, como o “orçamento secreto”, e ameaças de novas cepas da Covid-19 são fatores que levaram a esse panorama.

Durante o ano, em muitos desses momentos, o bom humor do mercado só retomou após o governo sinalizar políticas pacificadoras e congruentes com a reponsabilidade fiscal.

“A turbulência no cenário político-institucional aumenta a percepção de risco dos agentes econômicos, que exigem mais juros para financiar a dívida pública vincenda. Tanto é assim que as projeções para 2022 estão sendo revisadas para baixo. O crescimento poderá ficar abaixo de 2%”, frisou Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão que orienta o Senado sobre decisões relacionadas às contas da União.

“Uma condição necessária, mas não suficiente, para o crescimento é ter estabilidade institucional, respeito às regras do jogo. Isso vale como regra geral. Não é diferente agora”, explicou.

Bolsa brasileira perde apenas para a da Venezuela

Outro ranking, divulgado pela agência de classificação de risco Austin Rating, enviado também a pedido do Metrópoles, preocupa ainda mais. Em comparação com o resto do mundo, a B3 teve variação negativa de 14,4%, atrás apenas do IBC da Venezuela, que foi de -99,5%. Enquanto isso, no resto do mundo, a mediana foi de alta de 13,6%.

A pesquisa compara a variação de 78 países no acumulado do ano, até o fechamento de novembro. As conclusões do levantamento apontam que, desse total, apenas nove índices analisados têm perdas em 2021, o que é um sinal de alerta para o Brasil.

De acordo com o autor do estudo, o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, foram os problemas domésticos que impulsionaram a curva para baixo.

10 imagens
Corretoras e bancos apostavam em um crescimento maior ainda e chegaram a projetar que o Ibovespa fecharia o ano acima de 140 mil pontos
Nessa segunda-feira (27/12), a menos de uma semana do Réveillon, a B3 fechou em 105,5 mil pontos
B3, a Bolsa de Valores brasileira, acumulava alta de quase 10% nos primeiros seis meses de 2021
1 de 10

Fábio Vieira/Metrópoles
2 de 10

Corretoras e bancos apostavam em um crescimento maior ainda e chegaram a projetar que o Ibovespa fecharia o ano acima de 140 mil pontos

Fábio Vieira/Metrópoles
3 de 10

Nessa segunda-feira (27/12), a menos de uma semana do Réveillon, a B3 fechou em 105,5 mil pontos

Fábio Vieira/Metrópoles
4 de 10

B3, a Bolsa de Valores brasileira, acumulava alta de quase 10% nos primeiros seis meses de 2021

Fábio Vieira/Metrópoles
5 de 10

Fábio Vieira/Metrópoles
6 de 10

Fábio Vieira/Metrópoles
7 de 10

O Ibovespa fechou com sua quinta alta consecutiva na segunda-feira (14)

Fábio Vieira/Metrópoles
8 de 10

Fábio Vieira/Metrópoles
9 de 10

Mas ele foi retirado por decisão da Justiça de SP

Fábio Vieira/Metrópoles
10 de 10

Fábio Vieira/Metrópoles

“Nos últimos meses, o governo Bolsonaro vem flertando com uma gestão mais populista, e isso impacta diretamente na confiança no futuro da economia. Na reeleição, essa tendência deve ser ainda mais forte”, afirmou Agostini à reportagem.

“As bolsas refletem a economia de cada país. Hoje, o cenário para o ano que vem não é muito positivo em termos de crescimento econômico. Temos uma alta da taxa de juros, uma inflação elevada e uma expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) menor. Caminhamos para a retração econômica”, acrescentou.

Apesar disso, os países que apresentaram os melhores desempenhos não são os mercados com mais volume de negociação. Mongólia e Zimbabué tiveram saltos de 104% e 305%, respectivamente. Isso ocorreu, no entanto, porque são economias “muito pequenas” e com poucas empresas na bolsa. Ou seja, a base de comparação não é “válida”.

Veja o ranking completo:

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?