Emprego, crédito e consolidação fiscal são desafios para 2021, diz Economia
Em nota técnica, ministério espera que Brasil cresça acima de 3% e que cenário internacional mais positivo ajude na retomada do crescimento
atualizado
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O Ministério da Economia divulgou, nesta terça-feira (29/12), projeções para 2021. Em nota técnica, a pasta afirmou que existem três desafios para o ano: emprego, crédito e consolidação fiscal.
Apesar do pessimismo com os efeitos da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o governo espera que o Brasil cresça acima de 3% e que o cenário internacional mais positivo ajude o país a reencontrar o equilíbrio das contas.
“O que podemos inferir até o momento é que ao longo de 2021 teremos uma elevação da taxa de ocupação na economia, o crédito continuará sua expansão, e o governo continuará tomando as medidas necessárias para fortalecer o processo de consolidação fiscal.
Nosso entendimento é de que o crescimento econômico do ano que vem ficará acima dos 3%”, destaca trecho do documento.
Segundo projeções da Secretaria de Política Econômica, em 2021 o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas pelo país, terá um crescimento de 3,2%.
Apesar de andar a passos lento no Brasil, a vacinação contra a Covid-19 terá forte impacto na economia. Para os técnicos do Ministério da Economia, a imunização possibilitará a manutenção da taxa de juros baixa e a entrada de capitais internacionais que buscam melhores oportunidades de retorno.
Por enquanto, os fatores não são favoráveis. Um dos exemplos é o desemprego, chegou a 14,3% e atinge 14,1 milhões de pessoas.
Reformas
Por fim, a nota volta a defender a agenda de reformas como uma das maneiras para melhorar a economia. “Sem alardes, esse governo já encaminhou ao Congresso Nacional as três principais reformas econômicas demandadas há anos pela sociedade brasileira: previdência, tributária e administrativa”, ressalta o texto.
A nota técnica destaca que mesmo com o impacto da pandemia, o governo não fez “anúncios de planos econômicos mirabolantes” e que se baseou em um “sólido arcabouço teórico”.
“Não apenas isso, toda uma nova forma de relacionamento federativo foi igualmente submetida à aprovação do Congresso. Além disso, a agenda de fortalecimento dos marcos legais avança tal como as concessões e no ano que vem será a vez das privatizações e da abertura econômica”, salienta.
Medidas tomadas
A nota divulgada nesta terça-feira traz um espécie de balanço das ações do governo durante a pandemia. Segundo o governo, os principais objetivos foram “salvar vidas” e “preservar empregos e empresas”.
“A ideia básica de política econômica foi manter a estrutura produtiva funcionando durante o período de crise evitando, assim, o seu colapso, o que tornaria a recuperação econômica ainda mais lenta e incerta”, explica.
Veja as ações do Ministério da Economia para conter os efeitos da pandemia:
- Transferência de recursos para a área de saúde;
- Ajuda à população carente;
- Preservação de empregos e empresas;
- Aumento da liquidez para irrigar o mercado de crédito; e
- Transferência de recursos a estados e municípios para que possam absorver a abrupta perda de receita pública.
O ministério conclui: “Todas as medidas econômicas adotadas são transitórias, pois transitória também é a crise atual, e se encerram sem exceção até o final desse ano. Dessa maneira, fortalece-se nosso compromisso com a consolidação fiscal. Contudo, dada a intensidade e quantidade de choques adversos da epidemia, o ajuste será feito partindo-se de uma relação dívida/PIB mais elevada ao final de 2020”, frisa.
Déficit
Sobre o ano que agora termina, o mesmo documento mostra que houve um déficit primário (quando a despesa é maior que a receita) recorde de R$ 699,105 bilhões nas contas do governo entre janeiro a novembro.
Somente em novembro, essa valor chegou a R$ 18,241 bilhões. Mas o Tesouro Nacional faz diferenciação em relação às despesas primárias no combate à pandemia da Covid-19, que atingiram R$ 18,5 bilhões. Desse total, R$ 17,8 bilhões foram para o auxílio emergencial e R$ 2,537 bilhões, para o benefício de manutenção do emprego e renda.
Entre janeiro e novembro, os gastos com a crise chegaram a R$ 487,4 bilhões.