Em sabatina no Senado, Campos Neto defende autonomia do BC
Na reunião, também foram sabatinados os novos diretores Bruno Serra Fernandes, João Manoel Pinho e Flávia Martins Sant’anna Perlingeiro
atualizado
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Durante sabatina no Senado Federal, realizada nesta terça-feira (26/2), o economista indicado para a presidência do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia da instituição. Atualmente, existe ao menos um projeto tramitando no Congresso que prega essa alteração na forma como o banco é conduzido.
“A mudança, se aprovada pelo parlamento, trará ganhos para a credibilidade da instituição e para a potência da política monetária, reduzindo o trade-off de curto prazo entre inflação e atividade econômica e contribuindo para a queda das taxas de juros e o crescimento econômico”, disse.
“[Defendo a autonomia do BC] para que ele dependa menos de pessoas e mais de regras, e para que estejamos alinhados à moderna literatura sobre o tema e aos melhores pares internacionais”, prosseguiu. Um dos projetos que fala do tema prevê a criação de mandatos fixos para seus dirigentes e a fixação de critérios para pessoas que assumam o comando de bancos públicos.
Aprovação
Caso seja aprovado após sabatina no Senado Federal, o economista Roberto Campos Neto assume o cargo de presidente do Banco Central (BC) nesta terça-feira (26/2). A votação está sendo realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ele ocupará o lugar de Ilan Goldfajn, que optou por deixar o comando do órgão no ano passado.
Alinhado ao discurso de Bolsonaro, Campos Neto traçou críticas à forma como os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff conduziram a política monetária.
“Não podemos nos deixar seduzir pela falácia do estímulo inflacionário da intervenção estatal”, afirmou. Agora, com o novo governo, ele disse estar de acordo com as “ideias liberais” do governo e prometeu modernização da entidade.
Roberto Campos Neto ocupa, até o momento, o cargo de assessor interino do ministro da Economia, Paulo Guedes. Na mesma reunião, também foram sabatinados os indicados a direção de Política Monetária, Bruno Serra Fernandes, de organização do Sistema Financeiro, João Manoel Pinho de Mello, além da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Flávia Martins Sant’anna Perlingeiro.
O novo comando do Banco Central
Segundo Bruno Fernandes, o país atravessa a maior e mais longa recessão da história, mas o processo de recuperação, que tem sido gradual, está mostrando “resiliência”.
O diretor indicado João Manoel de Mello também destacou a resiliência do processo de recuperação. Como forma de reduzir juros e aumentar a oferta de crédito, Mello defendeu a entrada de novos concorrentes no mercado financeiro.