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Em meio a regulação no Brasil, EUA fecham cerco a corretoras cripto

Em menos de uma semana, fundador da FTX foi preso, Departamento de Justiça dos EUA mira CEO da Binance e escritório suspende auditorias

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Jievani Weerasinghe/ Unsplash
ilustração de uma moeda dourada com a letra B
1 de 1 ilustração de uma moeda dourada com a letra B - Foto: Jievani Weerasinghe/ Unsplash

O mundo das criptomoedas já não é mais o mesmo desde que a Câmara dos Deputados aprovou, em 29 de novembro, o projeto de lei que regulamenta o setor no Brasil.

O cerco tem apertado para as corretoras mundo-afora. O empresário Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, foi preso no último dia 12 em Bahamas. Ele é acusado de fraude eletrônica, conspiração, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro.

A empresa deve a seus credores pelo menos US$ 3 bilhões (R$ 15,9 bilhões), de acordo com os pedidos de falência.

No mesmo dia, reportagem publicada pela agência Reuters mostrou que uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos pode resultar em uma ação criminal contra o fundador da Binance (a maior do mundo), Changpeng Zhao.

Essa apuração começou em 2018 e mira a adequação da Binance com as leis e sanções antilavagem de dinheiro dos EUA.

Os promotores do Departamento de Justiça estão atrasando a conclusão da investigação pois estão divididos sobre o caso, segundo a Reuters. Alguns acreditam que é hora de agir agressivamente contra os executivos, outros acham necessário se debruçar mais ainda sobre a questão.

A situação alimentou a venda de ativos. Houve a retirada de aproximadamente US$ 1,14 bilhão (o equivalente a R$ 6 bilhões na cotação atual) da Binance em apenas 12 horas. O dado considera todo o mundo, incluindo o Brasil.

Entre 12 e 14 de dezembro, os saques somaram US$ 6 bilhões (R$ 31,8 bilhões), segundo dados da própria Binance.

Na semana passada: outro golpe no setor. O Mazars Group anunciou a suspensão de todas as auditorias para clientes de criptoativos, entre eles Crypto.com, KuCoin e Binance.

Com sede em Paris, na França, o Mazars foi uma das pioneiras em auditar a indústria cripto, mas seus relatórios enfrentaram fortes críticas. O primeiro – e até então, único – relatório sobre a Binance foi publicado no último dia 7, mas saiu do ar.

Outro lado

Em nota, a Binance informou que saques e depósitos acontecem todos os dias e que o atual momento de estresse “dá à comunidade conforto extraordinário de que seus fundos estão seguros”.

“Nossa estrutura de capital não tem dívidas e os ativos do usuário são todos garantidos 1:1 para que, assim, sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saques”, afirmou a corretora.

Sobre a investigação do Departamento de Justiça dos EUA, a Binance ponderou que os reguladores fazem uma revisão abrangente de todas as empresas de cripto, no que diz respeito a muitas questões similares. Afirmou, ainda, que trabalha em parceria com reguladores, legisladores e governos para garantir um ambiente mais seguro.

Por fim, disse apoiar “a ideia e as iniciativas para uma regulamentação no Brasil, sobretudo no capítulo que diz respeito a coibição a crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos financeiros, e temos mantido diálogo constante com reguladores locais para contribuir para esse processo”.

Confira a nota na íntegra:

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