Elite do funcionalismo custa quase três vezes a média do restante
Dados do Ministério da Economia procuram embasar estudo da reforma administrativa
atualizado
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O gasto da União com a elite do funcionalismo é quase o triplo da despesa com os outros servidores públicos, aponta levantamento do jornal O Globo com base em dados do Ministério da Economia. Só no Poder Executivo, por exemplo, a folha dos funcionários na ativa custará aos cofres públicos cerca de R$ 108 bilhões neste ano.
Desse montante, R$ 5,9 bilhões (5,46%) devem pagar vencimentos e benefícios das cinco carreiras mais bem remuneradas, que reúnem 13,8 mil trabalhadores. Assim, o gasto por pessoa neste grupo chega a R$ 421 mil por ano. Para os 608 mil restantes, a média da despesa per capita anual é de R$ 167 mil.
Os dados fazem parte de um diagnóstico feito pela equipe econômica de Paulo Guedes. O governo prepara para enviar ao Congresso uma reforma administrativa, considerada prioridade entre as pautas pós-Previdência. É possível que o assunto fique apenas para 2020.
Entre as cinco carreiras mais bem pagas, a remuneração média é de R$ 30,8 mil por mês. O estudo mostra ainda que esses servidores entram ganhando salários muito próximos (30% mais) aos do fim da carreira. Estimativas apontam que a progressão de carreira no funcionalismo leva, em média, cerca de 13 anos.