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Economia, varejo físico e Copa derrubam vendas online na Black Friday

Entre quinta e domingo, o faturamento do e-commerce caiu 23% em relação a 2021. Os celulares foram os produtos que apresentaram maior queda

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Vitrine com cartaz laranja
1 de 1 Vitrine com cartaz laranja - Foto: Jacqueline Lisboa/Metrópoles

O comércio online registrou este ano o pior resultado numa Black Friday desde 2020. Apenas na comparação entre os dois últimos anos, o faturamento das vendas pela internet caiu de R$ 8 bilhões, em 2021, para 6,2 bilhões, em 2022, numa redução de 23%. E o que explica tal resultado? A combinação de três fatores: a economia cambaleante, o pleno retorno do varejo físico após o fim do isolamento social e, por fim, a Copa do Mundo.

Essa é a avaliação da matemática Paulina Dias, diretora da área de inteligência da Neotrust, empresa que aferiu os resultados do e-commerce durante os principais dias da promoção, entre quinta-feira (24/11) e domingo (27/11), ao lado da companhia ClearSale, especializada em inteligência de dados.

Paulina observa que, em relação ao primeiro fator – a economia –, pesam questões como a inflação, cujas estimativas são crescentes. Em 2022, a taxa deve bater em 6%, segundo as últimas previsões do mercado. A plena reabertura das lojas também pesou no tombo das compras online. “E neste ano elas retornaram com grandes promoções para atrair os consumidores”, destaca a especialista.

Houve, por fim, o fator Copa do Mundo. “Poucos se programaram para fazer compras numa data tão próxima à estreia do Brasil no torneio”, diz, lembrando que Seleção Brasileira fez o primeiro jogo na quarta (24/11) e o chamado “período estendido” da promoção começou no dia seguinte, quinta (25/11). “Na verdade, as pessoas até anteciparam o consumo de alguns itens como bebidas e isso também prejudicou o resultado da Black Friday.”

Paulina observa que, este ano, os produtos mas caros também foram menos comprados. Na categoria “telefonia”, basicamente celulares, a redução de vendas online entre 2021 e 2022 foi de 41%. No setor automobilístico, atingiu 23% e no de eletrodomésticos, 19% . Em contrapartida, categorias como alimentos (33%), pet shop (10%), além de beleza e perfumaria (7,8%) cresceram. “Mas esse avanço não compensou as perdas com itens de maior valor”, conclui a técnica.

À exceção da Copa, os fatores “economia” e “volta das lojas físicas” também explicam o tropeço das vendas online não só na Black Friday, mas ao longo deste ano. Dados da Neotrust, indicam que o e-commerce registrou uma redução no faturamento de 10,5% no terceiro trimestre de 2022, em comparação a igual período do ano passado. Em dinheiro vivo, isso representou uma queda de R$ 42,6 bilhões, em 2021, para R$ 38,1 bilhões, este ano. Considerados os meses de janeiro a setembro, também houve diminuição das vendas online. Ela foi de 3,6%.

 

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