Economia estuda desonerar folha salarial em até 25% por imposto digital
A pasta avalia uma alíquota mínima de 0,2% ao novo imposto, que renderia anualmente cerca de R$ 120 bilhões aos cofres públicos
atualizado
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O Ministério da Economia estuda desonerar em até 25% da folha de pagamento para todas as faixas salariais das empresas. A ideia divulgada pela pasta anteriormente previa o corte apenas para rendimentos equivalentes a até um salário mínimo (R$ 1.045). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o assessor especial do ministério, Guilherme Afif Domingos, os técnicos avaliam os impactos da medida. “[Estudamos] até a desoneração para todos, reduzindo em 25% a contribuição. Estamos fazendo o cálculo dentro disso”, disse.
Com o corte, o chefe da economia, Paulo Guedes, espera conter o desemprego por meio da diminuição do custo das contratações. Porém, para abrir mão do tributo, a equipe analisa a necessidade da criação de um novo imposto, a ser aplicado sobre pagamentos. “Tudo custa dinheiro”, disse Afif.
Segundo o jornal, a pasta estuda uma alíquota mínima de 0,2%, que renderia anualmente cerca de R$ 120 bilhões aos cofres públicos. Segundo os cálculos de Guedes, o valor seria suficiente para liberar empresas a pagarem impostos aplicados até um salário mínimo.
Quanto ao novo imposto, a equipe econômica tem mencionado a possibilidade de ter uma alíquota de 0,4%, que dobraria a arrecadação para R$ 240 bilhões. “Eu gostaria de desonerar tudo, mas aí seria uma alíquota inviável”, afirmou Afif.
Além de bancar a desoneração, o novo imposto deve servir para o Renda Brasil. “A resposta a quem critica é: me dê uma alternativa melhor que essa. Ainda não vi. O que faz sentido acaba acontecendo”, rebateu.
O novo tributo segue os moldes da antiga CPMF e já foi criticado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na visão de Afif, a tarifa tem mais chances de ser aprovada caso esteja ligada à geração de emprego e renda.