Dólar vai a R$ 4,1750 com saída de investidor estrangeiro
Queda da taxa Selic torna o país menos atraente aos investimentos especulativos
atualizado
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O dólar bateu na máxima de R$ 4,1750 no mercado à vista na manhã desta segunda-feira (23/09/2019) reagindo à continuidade das saídas de recursos do país, segundo Jefferson Rugik, diretor superintendente da corretora Correparti.
“Com a queda da taxa Selic e a perspectiva de novos cortes, há fundos de investimentos especulativos, chamados de predadores no mercado, que estão saindo do país em busca de rentabilidades melhores em outros países em que a taxa de juro é maior e o custo de contratação mais barato do que no Brasil, como o México”, exemplificou.
A desvalorização do real também reflete a cautela do investidor com as incertezas internacionais ligadas à guerra comercial entre China e Estados Unidos, o conflito geopolítico no Oriente Médio e os sinais de desaceleração da economia global, afirmou o sócio-diretor da Assessoria Via Brasil, Durval Correa.
Ações da Braskem caem
O tom negativo prevalecia na Bolsa de Valores nos primeiros negócios desta segunda-feira, tendo como pano de fundo um cenário externo desfavorável, com fraqueza em outras bolsas internacionais após dados de atividade na Europa corroborarem o cenário de desaceleração da economia global. O Ibovespa teve baixa de 0,55%, aos 104.238 pontos, seguindo o desempenho de ações como as da Braskem e a da Embraer.
Após subirem mais de 5% na última sessão em meio a rumores de retomada do processo de venda, as ações da Braskem se destacam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta manhã, com baixa de 2,04%, em meio a relatos de que a avaliação dentro da construtora Odebrecht é de que não é o momento mais adequado de vender a Braskem tendo em vista, principalmente, o ciclo global de baixa de preços petroquímicos.
Em relatório, porém, a XP Investimentos endossa que a construtora não se opõe à ideia de vender a Braskem, e que a companhia estaria trabalhando com seus assessores para destravar o negócio.
Outra queda foi a do American Depositary Receipt (ADR) da Embraer nos primeiros minutos dos negócios desta segunda. O ADR da Embraer tinha queda de 1,50%, a US$ 18,43 (R$ 76,81).
O desempenho foi afetado após a notícia da agência Reuters de que a Boeing deverá enfrentar uma investigação antitruste de até cinco meses na União Europeia, referente à oferta pelo controle da divisão comercial da empresa brasileira.