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Dólar tem quarta queda seguida e fecha em R$ 3,85

O movimento foi resultado de fatores técnicos, como a desmontagem de posições mais defensivas de investidores estrangeiros

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

O dólar engatou a quarta queda consecutiva e terminou a terça-feira (2/4) em baixa de 0,46%, a R$ 3,8567. A moeda americana subiu ante boa parte das divisas de países emergentes, ainda refletindo indicadores mais fortes dos Estados Unidos divulgados na segunda (1°), mas depois de uma manhã volátil o real se fortaleceu.

O movimento foi resultado de fatores técnicos, como a desmontagem de posições mais defensivas de investidores estrangeiros, e a entrada de fluxo externo, com captações externas. Na reforma da Previdência, os investidores aguardam a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira (3).

Guedes se reuniu com vários partidos políticos ao longo desta terça-feira e ouviu que muitos parlamentares querem que as mudanças na aposentadoria rural e nos Benefícios de Prestação Continuada (BPC) saiam do texto da Previdência. O governo está disposto a ceder nestes pontos, segundo o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

No final da tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse ter “certeza” que estes dois pontos “não sobreviverão” na Comissão Especial. Mais cedo, a agência de classificação Fitch Ratings alertou para o risco de a reforma não ser aprovada, o que será ruim não só para as contas fiscais brasileiras, mas pode piorar o crescimento econômico.

Para sócio-diretor da Assessoria Via Brasil, Durval Corrêa, um dos pontos que o mercado vai monitorar na participação de Guedes na CCJ é como estarão os parlamentares e o ministro. “Se houver um clima mais hostil, o mercado pode ficar estressado”, disse ele.

Em reuniões com investidores nos Estados Unidos, nas costas Leste e Oeste, os estrategistas do Citi destacam que a reforma da Previdência foi a principal preocupação mostrada nos encontros com todos os clientes, que aconteceram entre os dias 25 e 29. “Durante estas conversas, o processo de aprovação da reforma tomou a maior parte do tempo, com questões relacionadas à tramitação, potencial diluição e o impacto fiscal dominando o debate.” O Citi espera que a aprovação do texto ocorra no terceiro trimestre, com economia fiscal de R$ 500 bilhões em 10 anos.

Os investidores ouvidos pelo Citi manifestaram ainda nas reuniões a visão de que esperam volatilidade no mercado financeiro neste segundo trimestre, à medida que o texto tramite nas comissões e vá para o plenário. Pesquisa informal do banco norte-americano com clientes mostrou que 62% esperam que o texto passe no Senado até o terceiro trimestre.

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