Dólar sobe e se aproxima de R$ 4,00 com temor de recessão mundial
A quarta-feira (07/08/2019) foi marcada por renovadas preocupações de recessão na economia mundial,
atualizado
Compartilhar notícia
O dólar à vista chegou a bater em R$ 3,9927 na máxima do dia. No mercado futuro, a moeda foi a R$ 4,00 e profissionais do mercado não veem muito espaço de melhora pela frente, na medida em que a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos não deve se resolver no curto prazo. “Os mercados estão precificados para o pior”, ressalta em relatório nesta quarta-feira o grupo financeiro holandês ING, que vê a relação entre as duas maiores economias do mundo piorando antes de melhorar.
“Temos que trabalhar agora com o cenário de guerra cambial”, afirma o gestor da Rosenberg Asset, Eric Hatisuka, prevendo nova rodada de cortes de juros mundo afora, inclusive como um instrumento para permitir a desvalorização das moedas locais e fazer face à queda da divisa chinesa. Só nesta quarta, três bancos centrais reduziram juros, Nova Zelândia, Tailândia e Índia. Nesse ambiente, as moedas dos emergentes devem seguir enfraquecidas.
Para Hatisuka, a tensão comercial entre China e EUA pode perdurar até ao menos as eleições presidenciais americanas do ano que vem, em novembro. Se Trump for reeleito, pode durar ainda mais. Nesse ambiente, o mercado vai ter que lidar com a crescente incerteza e o risco de a qualquer momento um tuíte de Trump mudar o cenário.
Entre grandes bancos internacionais, o Credit Suisse recomenda a venda de moedas emergentes e o Brown Brothers Harriman (BBH) vê as divisas da região permanecendo “sob severa pressão”. Nesta quarta, o dólar subiu ante a maioria desses mercados, principalmente México, África do Sul e Argentina. Em meio a maior aversão ao risco no mercado internacional, o Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil voltou a ser negociado próximo ao nível de 140 pontos-base, retornando aos maiores patamares em mais de um mês, de acordo com cotações da IHS Markit.