Dólar sobe com pessimismo em relação à reforma da Previdência
Por trás do mau humor dos investidores está a preocupação com um eventual novo rebaixamento do rating do Brasil
atualizado
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A constatação de que dificilmente a reforma da Previdência será aprovada neste ano, associada ao avanço do proposta da reforma tributária nos Estados Unidos, levou o dólar a fechar em alta frente ao real nesta terça-feira (7/11). Na cena interna, as declarações do presidente Michel Temer na véspera, admitindo a possibilidade de o governo não conseguir aprovar a reforma previdenciária, azedaram o humor dos investidores, apesar de ministros afirmarem hoje que a proposta é fundamental para as contas do governo e que continua de pé.
O dólar à vista fechou em alta de 0,56%, cotado a R$ 3,2761. O giro financeiro foi de US$ 987,613 milhões. Na mínima, atingiu R$ 3,2550 (-0,09%) e, na máxima, R$ 3,2886 (+0,95%).
“O mercado ainda acreditava em alguma chance de aprovação da reforma da Previdência neste ano, e as declarações de Temer foram uma verdadeira ducha de água fria nessa expectativa”, avaliou Jefferson Rugik, diretor da corretora Correparti. Por trás do mau humor dos investidores está a preocupação com um eventual novo rebaixamento do rating do Brasil. Agências de classificação de risco alertaram recentemente que isso pode ocorrer, caso a reforma da Previdência não avance.Para Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, independente das declarações de Temer, o relógio é o principal fator contrário à reforma da Previdência. “Estamos no dia 7 de novembro e a reforma da Previdência nem está ainda encaminhada na Câmara, quando a previsão era de que no dia 22 já estivesse no Senado”, afirmou. “Sem reforma ministerial, não vai passar mesmo”, acrescentou.
Enquanto aumentou o ceticismo em relação à aprovação da reforma da Previdência neste ano, o dólar se fortaleceu frente a várias moedas com o avanço da proposta de reforma tributária apresentada pelo presidente americano, Donald Trump. Também contribuiu para a desvalorização de divisas de países emergentes o recuo do petróleo no mercado internacional.