Dólar sobe 1% com ajuste após feriado e encosta em R$ 3,80
Os investidores seguem atentos ao passos de Bolsonaro, mas nesta quarta novamente os anúncios não tiveram repercussão nos preços da moeda
atualizado
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O câmbio teve uma sessão de ajuste nesta quarta-feira (21/11) no mercado doméstico, após o feriado de terça em São Paulo, dia marcado por forte estresse no exterior, com tombo do petróleo, alta do dólar e queda das bolsas mundo afora. Por isso, o real se descolou de outras moedas nesta quarta e foi a divisa que mais perdeu valor perante o dólar nesta quarta-feira, considerando uma lista de 24 emergentes.
Os investidores seguem atentos ao passos de Jair Bolsonaro, mas nesta quarta novamente os anúncios não tiveram repercussão nos preços da moeda norte-americana aqui. O dólar à vista fechou em alta de 1,01%, a R$ 3,7972, bem próximo da máxima do dia.
Estrategistas ressaltam que investidores estrangeiros estão redobrando a cautela com o Brasil e outros emergentes, em meio a um aumento de preocupações no mercado financeiro internacional por conta de renovadas preocupações sobre desaceleração da economia mundial, dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e os efeitos na atividade da guerra comercial entre a China e Washington.
Diante da maior cautela, só entre segunda-feira (19) e sexta (16), os estrangeiros aumentaram a posição comprada no mercado futuro de câmbio no Brasil – dólar futuro e cupom cambial – em US$ 882 milhões. Com isso, o total de posição comprada na moeda norte-americana chegou a US$ 38,887 bilhões, segundo dados da B3.
Os estrangeiros seguem retirando dinheiro do país, conforme mostram os dados do Banco Central divulgados nesta quarta. Entre 12 e 16, houve retirada de US$ 494 milhões pelo canal financeiro, elevando a saída no mês para US$ 2,2 bilhões. As mesas de operação relatam que a saída de estrangeiros prosseguiu na sessão desta quarta.
O banco JPMorgan elevou a previsão para o dólar em 2019, de R$ 3,80 para R$ 4,10, e chama atenção para “ventos contrários do exterior”, que podem tornar as reformas prometidas por Bolsonaro, como a da Previdência, ainda mais urgentes. A moeda norte-americana pode chegar a esse nível já no segundo trimestre do ano que vem.
“Acreditamos que o real não vai escapar da pressão em outros emergentes”, ressalta relatório enviado a investidores O JP alerta que o Brasil, por causa das deterioradas contas fiscais, pode ser em 2019 o mercado emergente de maior risco por causa da dinâmica fiscal, ultrapassando a Argentina e a Turquia, os dois mercados mais afetados este ano pela mudança de humor dos investidores internacionais.