Dólar se firma em alta acima dos R$ 4 com incerteza eleitoral
Baixo desempenho de candidatos pró-mercado dá o tom de cautela. Investidores especulam sobre intervenção do Banco Central
atualizado
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O cenário eleitoral incerto após nova pesquisa Datafolha deixa o mercado de câmbio volátil e com o dólar acima dos R$ 4,00, pelo segundo dia nesta quarta-feira (22/8). Durante a manhã, o dólar à vista retomou o sinal de alta e renovou máxima a R$ 4,0890 (+1,18%), após abertura do lado positivo (a R$ 4,0445, +0,08%) e de ter caído pontualmente nos primeiros negócios à mínima de R$ 4,0320 (-0,23%). O pano de fundo segue sendo de cautela com as eleições de outubro, após a pesquisa Datafolha mostrar o ex-presidente Lula avançando e com grande vantagem em relação a seus adversários, enquanto os candidatos considerados pró-mercado mostram desempenhos mais fracos.
Como esse ajuste local está na contramão do dólar fraco no exterior frente divisas principais e algumas emergentes, investidores voltam a especular nas mesas de operação sobre possível intervenção do Banco Central no mercado, por meio de swaps cambiais extras ou leilões de linha. A autoridade vem realizando apenas leilão de rolagem do vencimento de swap cambial de setembro. A queda inicial ocorreu após o dólar à vista ter subido em oito das últimas nove sessões, período em que acumulou ganho de 7,36%.
Lá fora, incertezas no cenário político dos EUA com o envolvimento de dois ex-aliados do presidente dos EUA, Donald Trump, em atividades criminosas apoiam a fraqueza do dólar. Na terça-feira, Michael Cohen, ex-advogado pessoal de Trump, admitiu ter violado leis de financiamento de campanha e cometido fraudes fiscais e bancárias, como parte de um acordo de delação premiada. Já Paul Manafort, ex-diretor de campanha do republicano, foi considerado culpado tanto de fraude fiscal como bancária. Em entrevista nesta manhã de quarta-feira, o advogado de Cohen, Lanny Davis, afirmou que não há dúvida de que Trump cometeu um crime e acrescentou que seu cliente tem informações “que devem ser de interesse” sobre a suposta conspiração russa na eleição presidencial de 2016.
Às 9h44, o dólar à vista subia 0,82%, a R$ 4,0745. O dólar futuro de setembro ganhava 0,54%, a R$ 4,0770. Em Nova York, o dólar caía a 110,27 ienes, de 110,43 ienes no fim da tarde de terça, enquanto o euro subia a US$ 1,1617, de US$ 1,1574 ontem, e a libra avançava a US$ 1,2926, de US$ 1,2904. No mesmo horário, o índice DXY do dólar operava em baixa de 0,32%, a 94,954 pontos.