Dólar cai e atinge R$ 4,69, menor valor durante pregão em dois anos
Queda acumulada em março chega a 7,7%. Alguns dos motivos da queda são juros atraentes e aumento dos preços de commodities
atualizado
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O dólar opera em queda nesta sexta-feira (1°/4), que pode culminar em uma desvalorização semanal em relação ao Real. Por volta das 12h50, a moeda norte-americana era cotada a R$ 4,6968.
A mínima do dia foi de R$ 4,6894, menor valor de cotação durante o pregão em dois anos, quando atingiu R$ 4,445.
Na quinta-feira anterior (31/3), o dólar caiu 0,57% e fechou cotado a R$ 4,7592. Com isso, acumulou perda de 7,7% em março e 14,63% no trimestre. Essa queda frente ao Real no período foi a maior desde 2009.
Motivos para a redução da distância entre dólar e Real
O IBGE divulgou que a produção da indústria cresceu 0,7% em fevereiro, ainda abaixo do nível anterior à pandemia. Enquanto isso, nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou os dados sobre o mercado de trabalho do país, conhecido como “payroll”, sobre o mês de março.
Preços do petróleo recuaram por volta de 5% na quinta-feira, após o presidente Joe Biden anunciar a maior liberação da história da Reserva Estratégica de Petróleo, um reservatório da commodity mantido pelo governo. Com isso, os mercados operam com variações pequenas nesta sexta-feira.
Na zona do euro, a inflação anual dispara a 7,5% em março, máxima recorde que não veio a calhar para o Banco Central Europeu, enquanto enfrenta preços elevados e diminuição do ritmo do crescimento econômico.
Na China, a produção industrial também registou números aquém do esperado, o menor nível em dois anos no mês de março, em meio a um surto severo de Covid-19.
Com isso, o recuo do dólar frente ao Real neste ano foi favorecido pela disparada dos preços de commodities, principal exportação do Brasil. Além disso, a taxa de juros nacional é atraente para investidores estrangeiros. É a segunda maior no mundo, atrás apenas da Rússia, que está em guerra com a Ucrânia e, devido às consequências da investida, teve que elevar os juros a 20%.