Dólar cai a R$ 4,13, no menor nível em 10 dias devido à Previdência
Mercado acionário doméstico azedou nesta quarta em meio ao aumento dos temores de desaceleração mais forte da economia global
atualizado
Compartilhar notícia
O real teve nesta quarta-feira (02/10/2019) o melhor desempenho ante o dólar considerando uma cesta de 34 moedas. A aprovação da reforma da Previdência, com o governo conseguindo derrubar os destaques que pudessem reduzir ainda mais o impacto fiscal das medidas, fez a divisa norte-americana bater mínimas.
Também agradou a declaração do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de que vai tentar manter o calendário estabelecido para votação do texto em segundo turno, embora admita atraso de uma semana. No mercado à vista, o dólar encerrou em queda de 0,68%, a R$ 4,1337, o menor valor em dez dias.
Apesar da desidratação da reforma da Previdência no Senado, com economia fiscal caindo para R$ 800 bilhões, profissionais do mercado ressaltam que o número está acima do que se esperava quando o texto chegou ao Congresso.
Naquele período, as estimativas do mercado variavam de impacto fiscal entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões. Há ainda a expectativa de que a PEC paralela, que deve incluir estados e municípios nas medidas, aumente o impacto fiscal.
Ibovespa
O mercado acionário doméstico azedou nesta quarta em meio ao aumento dos temores de desaceleração mais forte da economia global e às preocupações em torno da tramitação da reforma da Previdência no Senado.
Com perdas generalizadas entre setores e queda de 3% a 5% das principais blue chips, como Petrobras, Vale e ações do setor financeiro, o Ibovespa fechou em queda de 2,90%, aos 101.031,44 pontos. A desvalorização acumulada nos dois primeiros pregões de outubro atingiu 3,55% – praticamente anulando a alta de setembro, de 3,57%.
O tombo do Ibovespa poderia ter sido pior, não fosse a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno no Senado com a rejeição de cinco propostas de alterações – os chamados destaques – que poderiam reduzir a potência fiscal em até R$ 283 bilhões.
No fim, a economia esperada com a versão aprovada em primeiro turno no Senado ficou em R$ 800,3 bilhões, mais de R$ 100 bilhões menor do que o previsto no texto que saiu da Câmara
Mercado ressabiado
O susto com o processo de votação da proposta em primeiro turno deixou o mercado ressabiado, ao mostrar que questões paralelas – como o caso da distribuição de recursos da cessão onerosa entre estados – podem influenciar na tramitação da reforma. A previsão inicial era de que a votação ocorresse ainda na primeira quinzena de outubro, mas não se descarta o risco de um atraso.