Crise hídrica: Aneel prevê aumento de 21% na conta de luz em 2022
Reajuste equivale ao triplo da alta registrada neste ano. Informação consta em documento interno da Aneel
atualizado
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê um aumento médio de 21% no preço da conta de energia em 2022.
“Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%”, diz a Aneel, em documento interno publicado na última sexta-feira (5/11).
O órgão fez uma projeção sobre o impacto financeiro da atual crise hídrica do país sobre a conta de luz.
Na prática, para o bolso do consumidor, a alta é três vezes maior que a registrada neste ano. O reajuste da conta de luz em 2021 foi de 7,04%; no ano passado, o aumento acumulado foi de 3,25%.
Para cobrir os custos das usinas termelétricas, a Aneel anunciou, no fim de agosto, a criação da “bandeira de escassez hídrica”. O valor é de R$ 14,20/100 kWh.
Até então, a bandeira vermelha patamar 2 era a mais cara do sistema. Em vigor desde junho, a tarifa já tinha acréscimo de R$ 9,49 a cada kWh na conta mensal. A nova bandeira representa alta de 49,63% em relação à bandeira vermelha patamar 2.
A razão para a disparada da tarifa é a seca nas principais bacias hidrográficas que abastecem o país. A situação foi ocasionada pelo baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia no Brasil.
Foi o menor volume de chuvas registrado dos últimos 91 anos.
“Estimativas preliminares”
Em nota divulgada após a repercussão do aumento em veículos de imprensa, a agência informou que o aumento de 21% corresponde a uma estimativa preliminar e que não considera as medidas que serão implementadas em 2022.
“A Aneel esclarece que as informações veiculadas em reportagens publicadas nesta sexta-feira (12/11) sobre aumento na conta de luz em 2022 correspondem a estimativas preliminares baseadas em cenários hipotéticos que ainda não consideram as medidas de atenuação tarifárias que serão implementadas em 2022”, informou a agência.
O órgão citou a escassez de chuvas e o baixo nível dos reservatórios, e afirmou que tem utilizado “todos os recursos de oferta de energia disponíveis”. A agência também ressaltou que tenta “atenuar os impactos da escassez hídrica nos processos tarifários de 2022”.
“[A Aneel] tem envidado esforços para atenuar os impactos da escassez hídrica nos processos tarifários de 2022, a exemplo de todos os esforços que foram empreendidos nos anos de 2020 e 2021 e que permitiram que os impactos da pandemia no aumento das tarifas fossem significativamente reduzidos, em prol de toda a sociedade brasileira e da sustentabilidade do setor elétrico”, concluiu a agência, em nota.