Crise hídrica afetará inflação, juros e crédito, diz presidente do BC
De acordo com ele, as mudanças climáticas já estão tendo impacto na economia, e por isso tem sido cada vez mais acompanhadas pela autarquia
atualizado
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (2/6) que a crise hídrica afeta a inflação. Por esse motivo, mudanças climáticas estão sendo cada vez mais acompanhadas pela autarquia. Campos Neto participou de um evento promovido pelo Bank for International Settlements (BIS).
Nas últimas semanas, o país vêm sofrido com o agravamento da seca, considerada a pior dos últimos 91 anos. As condições hidrológicas desfavoráveis podem causar blecautes no sistema elétrico e impactar a economia, o que começa a preocupar o titular do BC.
“Como isso afeta a política monetária? Estamos falando sobre crise de energia no Brasil novamente, porque não está chovendo o suficiente. Isso tem efeito na inflação, no preço dos alimentos, afeta tudo que fazemos. Está muito ligado ao nosso mandato”, disse.
De acordo com ele, as mudanças climáticas também podem ter impacto na taxa de juros e no mercado de crédito.
Para Campos Neto, no entanto, as finanças sustentáveis podem ser muito criativas e ainda mais produtivas. “Isso cria muitos desafios, mas também muitas oportunidades”, afirmou.
O presidente do BC frisou que a sociedade, atualmente, busca por um crescimento fiscal a partir de uma economia verde. “A maturidade da população nesse aspecto mudou completamente”, disse.
“O primeiro dilema é que olhamos em volta e vemos medidas que se parecem mais com cartas de intenção. Se queremos ter resultados de forma transparente temos que fazer mais que uma carta de intenção e deixar que o mercado entenda dessa forma”, finalizou.