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Crise elétrica em Roraima custará R$ 1,9 bi aos brasileiros

Como estado não é interligado à rede nacional, seu abastecimento depende de contrato com a Venezuela: acordo é descumprido desde 7 de março

atualizado

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Eletricidade
1 de 1 Eletricidade - Foto: CCO

A crise energética em Roraima, provocada pelo descumprimento de contrato de fornecimento de energia pela Venezuela, vai custar aos brasileiros R$ 1,9 bilhão. Os gastos da geração de energia térmica serão repassados ao longo do ano aos consumidores, segundo confirmou o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque. Ele esteve nesta terça-feira (26/3) na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.

“Os consumidores terão que pagar ao longo do ano porque estamos gerando 210 megawatts em térmicas a óleo diesel”, detalhou o ministro aos senadores. Segundo ele, o valor será dividido nas contas pagas por todos os moradores de Roraima.

As termelétricas foram acionadas em 7 de março, após a Venezuela descumprir contrato de fornecimento de energia para Roraima. No mesmo dia, começou uma grave crise de abastecimento no país vizinho. Desde então, segundo Albuquerque, a hidrelétrica venezuelana não funciona, e o estado brasileiro está com o serviço comprometido.

Leilão e térmicas a óleo
Em maio, o governo federal pretende realizar um leilão de energias renováveis para o estado. Há, ainda, a possibilidade de remover de Macapá para Roraima três térmicas a óleo da Eletronorte que estão desativadas.
Roraima é a única unidade da Federação que não está conectada ao Sistema Interligado Nacional. Após a crise de abastecimento, o governo federal planeja construir uma ligação entre a capital do estado, Boa Vista, e Manaus (AM). As obras devem terminar em dezembro de 2021.
Bento Albuquerque iria à região na próxima semana, mas a viagem foi cancelada, pois o ministro acompanhará o presidente Jair Bolsonaro (PSL) em visita a Israel.
O senador Telmário Mota (PTB-RR) se queixou da falta de investimentos em Roraima. “O povo do estado não aguenta mais o turismo do governo federal sem que ninguém resolva a situação. Quando as obras começarão para evitar apagões?”, questionou, ao citar que nesta semana ficou 26 horas sem eletricidade em casa.
A crise venezuelana tornou comuns blecautes em Roraima. Os apagões mais do que triplicaram entre 2016 e 2018, chegando a uma média de dois desligamentos por dia, entre agosto e dezembro.
Projetos para o futuro
O ministro apresentou as principais propostas para o setor, a serem desenvolvidas nos próximos anos. Entre os desafios, segundo o titular de Minas e Energia, está baratear o custo da energia elétrica no país. Além do ajustamento tarifário, Bento Albuquerque quer promover a expansão da matriz, garantir a segurança energética e atender os objetivos socioambientais.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça uma redução nas tarifas de cinco distribuidoras. “Estamos procurando melhorar a governança do ministério para baratear os custos da energia”, frisou Albuquerque.

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