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Crédito emergencial precisa ser aprovado até junho, afirma Tesouro

Segundo Mansueto Almeida, se liberação não for aprovada logo pelo Congresso há risco de atraso no pagamento de benefícios como o BPC

atualizado

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George Gianni
1 de 1 - Foto: George Gianni

O governo tem cerca de 15 dias para garantir a aprovação da autorização especial necessária para bancar, com recursos de empréstimos, despesas correntes como benefícios e subsídios sem prejuízos a qualquer programa, afirmou nesta quarta-feira (29/05/2019) o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Caso as negociações levem mais tempo, há risco de atraso nos pagamentos e o Plano Safra 2019/2020 pode ter de ser adiado.

“Se o crédito não for aprovado até 14, 15 ou 16 de junho, vai ficar difícil remanejar despesas”, afirmou o secretário. Ele ressaltou que o Plano Safra não pode sequer ser anunciado sem que o crédito já esteja garantido.

Mais cedo nesta quarta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a tratativa para a aprovação do crédito suplementar sem ferir a Constituição “embananou de novo”.

Segundo Guedes, em alguns casos, como o BPC (benefício pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda), o governo não terá mais autorização no Orçamento para fazer os repasses a partir de julho.

A equipe econômica pediu ao Congresso aval para um crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para autorizar despesas nesse valor e pagá-las com recursos obtidos via emissão de títulos da dívida. O governo só pode usar empréstimos para pagar despesas correntes com autorização do Legislativo – do contrário, comete crime de responsabilidade, passível de impeachment.

Desde a formulação do Orçamento de 2019, porém, o rombo na chamada “regra de ouro” do Orçamento caiu, o que significa uma dependência menor desses empréstimos para bancar gastos correntes. Com isso, o relator do crédito, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), resiste em dar parecer autorizando um endividamento adicional que ele considera excessivo.

Nesta terça-feira (28) a equipe econômica enviou nota técnica a Rocha sugerindo um ajuste no pedido do crédito para reduzir o valor a algo mais próximo à real necessidade do governo. No documento, revelado pelo Estadão/Broadcast, a insuficiência é calculada em R$ 146,7 bilhões. A apresentação de um novo valor, porém, não foi suficiente para vencer as resistências do relator.

Mansueto disse que a solução está sendo construída politicamente, com reuniões com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e entre lideranças do governo e o relator do crédito na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Caso a saída seja mesmo reduzir o valor do crédito, ele explicou que será preciso aprovar três projetos: o PLN 4, que é o do crédito suplementar, e outros dois para alterar o Orçamento e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), garantindo mais flexibilidade ao remanejamento de recursos. É possível aproveitar dois projetos já em tramitação para isso, o PLN 1 e PLN 2. Segundo o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, o PLN 4 é o mais urgente. Os outros dois poderiam ser aprovados posteriormente.

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