Coronavírus vai “alterar radicalmente” a economia, prevê Tesouro
Segundo o Tesouro, ao longo dos meses de abril, maio e junho as despesas do governo serão pressionadas pela pandemia de Covid-19
atualizado
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O relatório técnico dos resultados do Tesouro Nacional, que é o caixa do governo federal, traz um prognóstico dos impactos do coronavírus, causador da Covid-19, na economia brasileira.
O Ministério da Economia divulgou nesta segunda-feira (30/03) que o governo registrou um déficit de R$ 25,9 bilhões em fevereiro de 2020. Segundo o Tesouro, esse é o maior déficit para meses de fevereiro de toda a série histórica, iniciada em 2017.
A concentração da despesa de programas de combate aos efeitos do coronavírus ao longo dos meses de abril, maio e junho vai “alterar radicalmente a programação financeira” do ano.
“Nos próximos meses já teremos o efeito da antecipação de despesas como o 13º salário dos aposentados do INSS e a concentração das despesas de novo programa de transferência de renda de R$ 600 para pessoas no mercado informal, cujo impacto financeiro em três meses será superior aos desembolsos do programa Bolsa Família ao longo do ano”, frisa o relatório.
Adicionalmente, os desembolsos do novo programa para a manutenção do emprego pela compensação das reduções salariais pressionarão também a despesa primária nos próximos três meses.
Segundo o Ministério da Economia, enquanto a expansão da despesa para combater os efeitos da crise do coronavírus ficar restrita a programas temporários, ou seja, despesas que começam e terminam neste ano, não deverá haver problemas para a retomada do ajuste fiscal estrutural.
“O déficit primário maior este ano será resultado da frustração na arrecadação decorrente de crescimento do PIB próximo de zero ou negativo, em conjunto com o forte aumento de despesas de caráter temporário”, explica o documento.
O documento finaliza. “Importante dizer que os dados apresentados de fevereiro ainda não refletem os impactos fiscais da pandemia da Covid-19. As mudanças da incorporação tanto do pacote econômico em resposta à crise, quanto das mudanças paramétricas nas estimativas do Relatório de Avaliação Bimestral não estão refletidas no resultado divulgado do mês”, destaca o relatório técnico.