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Coronavírus contribui para revisões de baixa nas projeções do PIB

Mudanças nas estimativas já aconteciam nas últimas semanas, devido aos dados mais fracos de atividade, mas se intensificou com a epidemia

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O surto do novo coronavírus iniciado na China, que preocupa o mundo desde meados de janeiro, surge como o principal vilão das revisões para baixo nas projeções para o crescimento econômico em 2020, que deverá ser marcado por mais uma frustração nas estimativas do início do ano.

As Bolsas de Valores mundo afora já registraram fortes quedas nas cotações dos ativos financeiros, exigindo ação dos bancos centrais para acalmar os mercados, diante das previsões de redução no crescimento global.

Por aqui, embora o cenário ainda seja marcado pela incerteza, os primeiros impactos negativos já começaram a ser sentidos, sustentando uma onda de reduções de estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – valor de todos os bens e serviços produzidos na economia – deste ano.

Pesquisa preliminar do Projeções Broadcast, feita na segunda-feira (02/03), aponta crescimento de 2,0% este ano. No mesmo dia, o Boletim Focus, compilação semanal de projeções de analistas feita pelo Banco Central (BC), apontava para crescimento econômico de 2,17%, ante 2,30% na primeira semana do ano.

Nesta quarta-feira (04/03), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, valor de todos os bens e serviços produzidos na economia) em 2019 ficou em 1,1%.

O resultado frustrou, pelo segundo ano consecutivo, as expectativas de uma retomada mais firme da atividade econômica. O padrão se repetiu em vários anos desta década. Entre os economistas, já há quem chame os anos 2010 de “década frustrada”. O movimento tende a se repetir este ano, justamente com os efeitos do surto do novo coronavírus como vilão da frustração.

O movimento de revisão para as projeções já acontecia aos poucos nas últimas semanas, devido a dados mais fracos de atividade, mas se intensificou com as primeiras informações sobre o efeito do surto na economia chinesa e com a dispersão do vírus pelo mundo.

Na semana anterior ao carnaval, a equipe de economistas da subsidiária brasileira do banco francês BNP Paribas revisou a estimativa de alta no PIB do Brasil este ano de 2,0% para 1,5%, após a equipe da instituição na China rever a projeção de crescimento da economia chinesa de 5,7% para 4,5%, disse Gustavo Arruda, economista-chefe para o Brasil.

Na segunda-feira, 2, o ASA Bank reduziu as projeções para o PIB de 2020, também de 2,0% para 1,50%, e de 2021, de 2,50% para 2,0%. Nos últimos dias, Banco Safra e Barclays também diminuíram as expectativas para o crescimento econômico.

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, estima que o coronavírus retire 0,3 ponto porcentual da evolução da economia brasileira neste ano, considerando apenas os efeitos relacionados à queda na demanda chinesa pelos produtos exportados pelo Brasil. O banco estima crescimento de 2,0% para o PIB em 2020.

Considerando o que se sabe hoje sobre a magnitude do surto do novo coronavírus, o analista da Rio Bravo Investimentos Luis Bento calcula que o choque deverá reduzir o crescimento brasileiro deste ano entre 0,1 e 0,3 ponto porcentual. Atualmente, a Rio Bravo projeta alta de 1,80% em 2020.

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