metropoles.com

Coronavírus: conheça direitos do trabalhador em caso de epidemia

Brasil atualmente registra 34 casos da doença, segundo dados divulgados nessa segunda-feira pelo Ministério da Saúde

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

O novo coronavírus chegou há pouco tempo no Brasil, mas tem se espalhado apressadamente. Com o avanço da doença, batizada de Covid-19, o trabalhador deve ficar atento à legislação e estar ciente dos seus direitos para não agravar tanto a saúde pessoal quanto a financeira.

Nessa terça-feira (10/03), o Ministério da Saúde confirmou mais nove casos da doença no país, aumentando de 25 para 34. No momento, 893 pessoas estão sob investigação no Brasil, segundo a pasta.

Para quem contraiu o coronavírus, ou qualquer tipo de gripe ou doença, as regras são as mesmas, como explica o sócio da área trabalhista do L.O. Baptista Advogados, Fabio Chong. “A pessoa que não tem condições pede atestado e se afasta”, diz.

Assim, o salário do trabalhador não sofre alteração no valor e é pago normalmente: nos primeiros 15 dias pelo empregador e, a partir do 16º, pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio do auxílio-doença.

Apesar de não existir uma legislação específica para o novo coronavírus, as empresas têm o dever, contudo, de fazer com que o ambiente de trabalho esteja sempre adequado para o profissional.

Isso porque a Constituição Federal prevê que é direito do trabalhador a “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”.

“No caso de a empresa não promover um ambiente de trabalho seguro, é possível que seja responsabilizada na Justiça do Trabalho pela ausência de zelar por um ambiente em que o empregador possa exercer o trabalho de forma segura”, complementa o advogado da área trabalhista do Miguel Neto Advogados, Leonardo Gonzalez.

Trabalho em casa
Uma das alternativas viáveis para tentar conter o avanço do vírus é a adoção do home office, que tem sido usado por algumas empresas com a chegada do surto no país, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo.

Nesta situação, o salário do empregado também não pode sofrer redução e deve ser pago integralmente. Além disso, as empresas devem garantir que o local de trabalho proporcione as mesmas condições de antes.

“Os empregados não recebem o vale-transporte. No caso do vale-alimentação, é possível fazer uma negociação entre as partes”, relata Fabio Chong.

Mas nem todo trabalho pode ser feito em casa. É o caso de motoristas, maquinários e garis, por exemplo.

“Para atividades que não permitam isso, a empresa poderia colocar essas pessoas em férias ou estabelecer um banco de horas. Assim, esse tempo em que não estão trabalhando seria compensado no futuro”, complementa o advogado trabalhista.

Autônomos
Um dos tipos de profissões mais prejudicadas em caso da disseminação do novo coronavírus deve ser a dos autônomos, sem carteira assinada.

Para quem trabalha por conta própria, segundo o advogado Leonardo Gonzalez, a questão é de administração pessoal e deve estar preparado.

“O autônomo tem que ter uma administração pessoal para passar por essas dificuldades. É necessário que sempre contribua com o INSS”, enfatiza.

EUA
Nos Estados Unidos, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) divulgou uma série de recomendações aos americanos para se proteger e evitar que o vírus se espalhe, entre elas a de ficar em casa se estiverem doentes e procurar um médico.

Contudo, como não existe no país uma lei federal que obrigue empregadores a oferecer licença médica remunerada, muitos funcionários precisam escolher entre trabalhar doente ou ficar sem salário, como detalhou reportagem da BBC Brasil. A imprensa norte-americana, porém, tem informado que conselheiros do presidente Donald Trump têm colocado como uma das opções para o governo americano agir contra os efeitos econômicos da propagação do vírus a criação de uma licença remunerada por motivos de saúde. Não há decisão ainda.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?