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Copom: reação do mercado ao pacote fiscal refletiu em inflação e dólar

Devido a essas altas nas projeções da inflação e taxa de câmbio, o Copom decidiu optar por uma política monetária mais contracionista

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1 de 1 imagem colorida diretoria do Banco Central, integrantes do Copom - Metrópoles - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmou, em ata divulgada nesta terça-feira (17/12), que a reação dos agentes financeiros ao anúncio do pacote fiscal apresentado pelo governo federal afetou, “de forma relevante”, o cenário da inflação e do dólar mais adverso.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos [dólar e juros futuros] e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, disse o comitê em trecho da ata.

Devido a essas altas nas projeções da inflação e taxa de câmbio, o Copom decidiu optar por uma política monetária mais contracionista (ou seja, mais dura), com aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros, ficando a 12,25% ao ano.

“Nota-se que tanto o prêmio de inflação extraído dos instrumentos financeiros quanto as expectativas de inflação se elevaram no período, tornando o cenário de inflação mais adverso e requerendo uma política monetária mais contracionista. A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, destacou o Copom.

Sobre a política econômica, o BC afirmou que o comitê “manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas”. “Em particular, desacelerações são parte essencial do processo de suavização e reequilíbrio da economia. O debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”.

“Concluiu-se que os determinantes de prazo mais curto, como a taxa de câmbio e a inflação corrente, e os determinantes de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação, se deterioraram de forma relevante. Tal piora demanda uma política monetária ainda mais contracionista”, avaliou o BC.

Aumentos futuros de 1 ponto foi unânime

A decisão do Copom de elevar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano foi unânime. Além disso, todos os integrantes do colegiado optaram por antever aumentos de 1 ponto percentual nas duas próximas reuniões.

“O comitê então decidiu, unanimemente, pela elevação de 1,00 ponto percentual na taxa Selic e pela comunicação de que, em se confirmando o cenário esperado, antevê ajuste de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, frisou.

Dessa forma, caso as elevações se concretizem, os juros podem chegar a 14,25% ao ano entre 18 e 19 de março — quando o comitê se encontra pela segunda vez em 2025 para deliberar a taxa Selic.

O Copom informou que, diante do cenário considerado mais adverso para a convergência da inflação à meta, observou a necessidade de antever os ajustes de mesma magnitude do último aumento.

A meta da inflação é de 3% com variação de 1,5 ponto percentual, sendo 1,5 (piso) e 4,5% (teto).

Juros a 12,25% ao ano

Na última semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 12,25% ao ano — um aumento de 1 ponto percentual.

No comunicado divulgado logo após a reunião, o Copom diz que a decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, destaca.

Além de aumentar os juros, o comitê antevê, “em se confirmando o cenário esperado”, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões — ou seja, de alta de pelo menos 1 ponto percentual.

Calendário do Copom para 2025

Janeiro

  • Reunião do Copom: 28 e 29 de janeiro
  • Divulgação da ata do Copom: 4 de fevereiro

Março

  • Reunião do Copom: 18 e 19 de março
  • Divulgação da ata do Copom: 25 de março

Maio

  • Reunião do Copom: 6 e 7 de maio
  • Divulgação da ata do Copom: 13 de maio

Junho

  • Reunião do Copom: 17 e 18 de junho
  • Divulgação da ata do Copom: 24 de junho

Julho

  • Reunião do Copom: 29 e 30 de julho
  • Divulgação da ata do Copom: 5 de agosto

Setembro

  • Reunião do Copom: 16 e 17 de setembro
  • Divulgação da ata do Copom: 23 de setembro

Novembro

  • Reunião do Copom: 4 e 5 de novembro
  • Divulgação da ata do Copom: 11 de novembro

Dezembro

  • Reunião do Copom: 9 e 10 de dezembro
  • Divulgação da ata do Copom: 16 de dezembro

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