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Copom eleva Selic para 12,75% ao ano, maior patamar desde 2017

Aumento da taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para enfrentar a inflação, que está em alta nos últimos meses

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Homem caminha em frente a entrada do prédio do Banco Central em Brasília
1 de 1 Homem caminha em frente a entrada do prédio do Banco Central em Brasília - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (4/5), por unanimidade, elevar a taxa Selic de 11,75% para 12,75% ao ano – alta de um ponto percentual.

O aumento desta quarta é o décimo consecutivo na taxa. Com a decisão do Copom, a Selic alcançou o maior nível desde janeiro de 2017, quando a taxa básica de juros estava em 13%.

Veja a trajetória no gráfico abaixo:

A alta da Selic já era esperada pelo mercado financeiro. No último Boletim Focus, a projeção era de que a taxa básica de juros encerrasse em 13,25% no fim deste ano.

O aumento da taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para enfrentar a inflação. Logo, o Copom tenta conter o movimento de alta de preços registrado nos últimos meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro.

O aumento na Selic já era esperado pelo mercado financeiro. No mais recente Boletim Focus, publicado pelo Banco Central na última quinta-feira (26/4), a projeção era de que a taxa básica de juros encerrasse em 13,25% no fim deste ano.

Taxa de juros nos EUA sobe 0,5 ponto percentual, maior alta em 22 anos

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Em outras palavras, se há  aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país

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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda

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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles

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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras

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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas

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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda

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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros

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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas

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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido

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O economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que a Selic funciona como um “remédio” para conter a inflação, mas que “há efeitos colaterais”.

“Como todo remédio, a alta da Selic também tem efeitos colaterais. Quanto mais altos os juros, menos a economia cresce. Então ela não estimula o crescimento econômico. O crescimento só vem a partir do momento que as famílias voltam a consumir, as empresas ampliam a atividade produtiva e empregam pessoas”, afirmou ao Metrópoles.

“Juros mais altos não estimulam compra de apartamento, compra de carro, compra de bens duráveis, viagens, tudo que necessita de crédito. O crédito fica mais caro a partir do momento da alta dos juros. E esfriando a demanda você tem então uma inflação um pouco menor”, acrescentou.

O que o Copom argumentou

Em nota, o Comitê de Política Monetária disse é “provável” que a taxa básica de juros siga em alta até a próxima reunião, marcada para junho, mas em “menor magnitude”.

“O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação”, disse o colegiado no comunicado.

Para o colegiado, a Selic em 12,75% “reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”.

Ao descrever o cenário que embasou a decisão, o comitê afirmou que “as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia se intensificaram com problemas de oferta advindos da nova onda de Covid-19 na China e da guerra na Ucrânia. A reprecificação da política monetária nos países avançados eleva a incerteza e gera volatilidade adicional, particularmente nos países emergentes”.

“A inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente. Essa surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos itens associados à inflação subjacente. As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, afirmou o grupo.

Mais de um ano de juros em alta

Com a decisão unânime do Copom, a taxa Selic completa um ano e um mês de alta nos juros. O processo de aumento da taxa teve início em março de 2021.

A alta dos juros é consequência, por exemplo, do aumento das taxas bancárias. No ano passado, os juros das instituições financeiras do país atingiram o maior nível em seis anos.

Com os empréstimos mais caros, o aumento da Selic tende a influenciar o consumo da população de forma negativa. O Produto Interno Bruto (PIB) e os saldos de emprego e de renda também são impactados negativamente.

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