Copom eleva juros para 3,5% ao ano, em tentativa de conter a inflação
O Banco Central decidiu aumentar a Selic, a taxa básica da economia e que regula os juros, em 0,75 ponto percentual
atualizado
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O Comitê de Política Monetário (Copom) decidiu nesta quarta-feira (5/5) aumentar a taxa Selic (a taxa básica da economia e que regula os juros) em 0,75 ponto percentual, elevando o índice para 3,5% ao ano. É a segunda vez que o índice sofre aumento consecutivo desde 2015. A medida busca controlar a inflação, que já chegou no acumulado dos últimos 12 meses a 6,1%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro.
O resultado já era esperado pelo mercado financeiro desde o último encontro do Copom, em que o Banco Central (BC) antecipou que faria uma nova elevação na mesma proporção. Horas antes do comunicado do BC, indicadores financeiros respondiam positivamente às expectativas.
Por voltas das 15h, o dólar cedia a 1,02% para o real e registrava R$ 5,3742. A valorização da moeda norte-americana é um dos fatores que têm impacto direto no aumento da inflação. O resultado foi influenciado pela produção industrial, que recuou menos que o esperado diante da pandemia da Covid-19.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o tombo foi de 2,4% na comparação mensal.
O aumento dos preços, entretanto, é cada vez mais percebido pela população, principalmente na hora de ir ao mercado, em que os alimentos estão cada vez mais caros.
No mês passado, a gasolina e o diesel também pesavam no bolso do consumidor, devido a consecutivos aumentos na Petrobras. “Mas agora os derivados de petróleo estão mais comportados”, afirma o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.
“Apesar da queda da inflação na margem, o acumulado em 12 meses deve continuar subindo e provavelmente chegará a 7% no meio de 2021”, complementa o especialista.
Para 2022, a expectativa sobre o IPCA é de 3,61% — a meta está em 3,50%, com margem de 1,5 ponto.