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Copom eleva juros para 2,75% ao ano, em tentativa de conter a inflação

Essa é a primeira vez desde 2015 que a taxa Selic sofre aumento. A medida busca controlar a inflação, que já chegou a 5,2% em 12 meses

atualizado

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O Banco Central apresentou como será a cédula
1 de 1 O Banco Central apresentou como será a cédula - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

O Comitê de Política Monetário (Copom) decidiu nesta quarta-feira (17/3) aumentar a taxa Selic (a taxa básica da economia e que regula os juros) em 0,75 ponto percentual, elevando o índice para 2,75% ao ano. É a primeira vez desde 2015 que o índice sofre aumento. A medida busca controlar a inflação, que já chegou a 5,2% em 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro. 

Sob os efeitos da pandemia da Covid-19, o consumidor sente cada vez mais no bolso esse aumento dos preços, principalmente na hora de abastecer o carro ou ir ao mercado. Isso porque a inflação está se refletindo nas commodities. O petróleo, por exemplo, se aproxima dos US$ 70, e o setor alimentício teve alta média de 15% nas últimas semanas. 

Neste cenário, outro fator contribui para pressionar a inflação: a valorização do dólar. Às 16h desta quarta-feira, a moeda americana era negociada por R$ 5,58. O aumento dos juros, portanto, tem como objetivo dificultar o acesso da população ao crédito. Com isso, as empresas têm menos demanda, e os preços caem. 

A decisão do Copom é contraditória, porque envolve subir os juros no momento em que a economia está em crise. Enquanto parte do mercado elogia a mudança, alguns especialistas criticam. O professor e economista da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecaf) Diogo Carneiro, por exemplo, afirma que essa movimentação pode ser inócua para conter a inflação nesse momento.

“Estamos numa fase em que não se pode tirar demanda, porque as empresas já estão com muita dificuldade financeira. Essa medida, portanto, é ineficiente. A melhor solução seria tentar reduzir a incerteza, a partir da divulgação de ideias concretas do que o governo fará em relação às próximas políticas econômicas ou em relação ao combate à pandemia da Covid-19”, disse. 

O economista-chefe da Nécton, André Perfeito, compartilha do mesmo diagnóstico. “A alta de juros é um remédio amargo numa conjuntura como a atual onde a pandemia persiste e os dados econômicos não encontram ainda a robustez desejada. Ao atacar a inflação de custo (o objetivo da elevação da SELIC é controlar o câmbio) se ataca também a demanda como que ministrando um remédio com efeitos colaterais severos. A situação só não é pior uma vez que os juros baixos não encontram respaldo na realidade e pouco podem fazer para de fato animar o tecido econômico”, afirma o especialista.

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