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Copom eleva juros básicos para 13,25% ao ano, maior taxa desde 2016

Aumento de 0,5 ponto percentual era esperado pelo mercado para combater a inflação. Comitê indica que ciclo de alta de juros deve continuar

atualizado

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1 de 1 fachada do BC - Foto: Metrópoles

Responsável por combater a inflação na economia brasileira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (15/6) o 11º aumento consecutivo na taxa básica de juros, a Selic. Com crescimento de 0,5 ponto percentual, o Copom elevou os juros para 13,25% ao ano, o maior índice desde 2016. A decisão foi tomada de maneira unânime pelos economistas que compõem o comitê.

Em nota explicativa, o colegiado mencionou que o encontro a ser realizado em 45 dias tende a dar continuidade ao ciclo de alta nos juros básicos da economia. “Para a próxima reunião, o comitê antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude”, diz o texto. “O comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual e cresceu desde a última reunião”, destaca ainda o comunicado, que também cita “a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país”.

O aumento nos juros, que já era esperado pelo mercado financeiro, constitui uma resposta a uma inflação insistente – que até desacelerou em maio, mas alcançou 11,73% nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O número apurado está bem acima da meta (de 3,5%) e do respectivo teto (de 5%) instituídos pelo próprio Banco Central.

“O ambiente externo seguiu se deteriorando, marcado por revisões negativas para o crescimento global prospectivo em um ambiente de fortes e persistentes pressões inflacionárias. O aperto das condições financeiras motivado pela reprecificação da política monetária nos países avançados, assim como pelo aumento da aversão a risco, eleva a incerteza e gera volatilidade adicional, particularmente nos países emergentes”, pontua o comunicado do Copom divulgado nesta quarta.

Ao aumentar os juros, o comitê objetiva deixar o dinheiro mais caro e, dessa forma, frear a economia como um todo. A estratégia visa tentar controlar a inflação, que erode o poder de compra dos brasileiros.

Itens como combustíveis e alimentos têm influenciado o aumento de preços e exigido grandes esforços do poder público. Nesse contexto, o governo busca opções tributárias e legislativas para tentar baixar os custos, mas é pressionado pela crescente pressão internacional.

Na madrugada desta quarta, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 18/2022, que fixa em 17% o teto do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte coletivo e telecomunicações. A proposta, agora, seguiu para sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Aumento de juros também nos EUA

Maior economia do planeta, os Estados Unidos também aumentaram seus juros básicos nesta quarta, em 0,75 ponto percentual, surpreendendo o mercado mundial. O número veio acima do esperado e constitui uma resposta do Banco Central do país, o Federal Reserve, à maior inflação das últimas quatro décadas.

Por lá, a taxa básica de juros dos EUA vai oscilar entre 1,5% e 1,75% ao ano. Analistas, porém, esperam por novos aumentos. “O recado do FED foi duro, e o mercado espera que os juros nos EUA subam ainda, provavelmente mais 0,75 pontos na próxima reunião, e cheguem ao fim do ano por volta de 4%”, afirma o economista Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance.

“O mercado sabe que é grande a chance de recessão [nos EUA] e compreende esse comportamento do FED. Mas as expectativas deles são positivas. Esperam que a inflação, no fim do ano, caia dos 8,6% atuais para 5,2% e, no fim do ano que vem, para 2,6% – que é bem perto da meta deles, de 2%”, completa o especialista.

Esse aumento de juros nos EUA também impacta o Brasil, pois tende a estimular a migração de recursos investidos por aqui para lá, onde os ganhos ficarão maiores do que atualmente.

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