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Copom: ajustes na Selic dependerão da evolução da dinâmica da inflação

Na última reunião do Copom, o colegiado do BC decidiu, por unanimidade, subir a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,25%

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Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou, nesta terça-feira (12/11), que a aceleração no ritmo de alta da taxa básica de juros do país, a Selic, foi ditada “pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Segundo o colegiado, futuros ajustes “dependerão da evolução da dinâmica da inflação”.

É o que mostra a ata da última reunião do Copom, em 5 e 6 de novembro.

Atualmente, a Selic está em 11,25%, após o Copom decidir elevar a taxa de juros em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa voltou ao mesmo patamar de janeiro deste ano.

Ainda de acordo com a ata, o colegiado do BC afirmou que julgou adequado realizar um aumento de maior magnitude na taxa Selic “considerando a necessidade de uma política monetária mais contracionista”.

“O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirmou o comitê.

“Enfatizou-se que um aumento de 0,50 ponto percentual se mostra apropriado diante das condições econômicas correntes e das incertezas prospectivas, refletindo o compromisso de convergência da inflação à meta, essencial para a construção contínua de credibilidade”, destaca trecho do texto.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, está em 4,76% no acumulado de 12 meses. Em outubro, o IPCA cresceu 0,56%, puxado pela alta dos preços da energia elétrica residencial e das carnes.

Na ata, a diretoria do BC passou a projetar, pela primeira vez, a inflação acima do limite superior da meta (teto) para 2024 — que é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (4,5% e 1,5%). Para este ano, o colegiado vê a inflação indo a 4,6%, ante os 4,3% da reunião anterior. Para 2025, a estimativa aumentou de 3,7% para 3,9%.

BC cita aumento de gastos públicos

Em meio à discussão da revisão das contas públicas, liderada pelo governo federal, o Banco Central voltou a mencionar o aumento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal — novo modelo de regras das contas da União. Além disso, citou a alta na atividade econômica brasileira e o mercado de trabalho aquecido.

“A percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas”, disse.

Para a diretoria do BC, “uma política fiscal crível, embasada em regras previsíveis e transparência em seus resultados, em conjunto com a persecução de estratégias fiscais que sinalizem e reforcem o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos são importantes elementos para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.

Segundo a ata, durante a reunião do Copom foi enfatizado “o desafio de estabilizar a dívida pública em virtude de aspectos mais estruturais do orçamento público”. O colegiado avaliou que a redução de crescimento dos gastos, feito de forma mais estrutural (ou seja, por meio de um corte de gastos no Orçamento da União), pode ser “indutor de crescimento econômico no médio prazo”.

“Mencionou-se que a redução de crescimento dos gastos, principalmente de forma mais estrutural, pode inclusive ser indutor de crescimento econômico no médio prazo por meio de seu impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos”, avaliou o Copom.

Alta da Selic

Na última reunião do Copom, o colegiado do BC decidiu, por unanimidade, subir a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,25%.

No comunicado, os diretores afirmam que o ambiente externo permanece “desafiador”, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos. No mesmo dia, Donald Trump, do Partido Republicano, venceu as eleições de 2024.

Confira o próximo encontro da diretoria do BC:

  • Reunião do Copom: 10 de dezembro
  • Reunião do Copom: 11 de dezembro
  • Divulgação da ata do Copom: 17 de dezembro

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