Contas externas têm melhor junho desde 2004 e fecham semestre no azul
Houve superávit de US$ 1,33 bilhão no mês, quase o dobro dos US$ 750 milhões esperados pelo Banco Central
atualizado
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Após o superávit de US$ 2,88 bilhões em maio, o resultado das transações correntes ficou positivo em US$ 1,33 bilhão em junho, informou o Banco Central. Este é o quarto superávit mensal consecutivo e o melhor resultado para junho desde 2004 (US$ 1,99 bilhão). A série histórica começou em 1995. O BC projetava para junho superávit em conta de US$ 750 milhões.
O BC estima, no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que o rombo externo de 2017 seja de US$ 24 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre do ano, o superávit nas contas externas somou US$ 715 milhões. Já nos últimos 12 meses até junho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo, em US$ 14,32 bilhões, o que representa 0,76% do Produto Interno Bruto (PIB). Este é o menor porcentual em relação ao PIB desde março de 2008 (0,73%).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 34,93 bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 15,55 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 19,73 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 2,01 bilhões.Investimento
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 3,99 bilhões em junho. O resultado ficou dentro das estimativas apuradas pelo Broadcast com 22 instituições financeiras, que iam de US$ 1,8 bilhão a US$ 4,6 bilhões, e acima da mediana prevista, de US$ 2,65 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de junho indicaria entrada de US$ 2,5 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre de 2017, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 36,27 bilhões. Já a estimativa do BC para este ano, atualizada no último RTI, é de US$ 75 bilhões de IDP.
No acumulado dos últimos 12 meses até junho deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 80,61 bilhões, o que representa 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Dívida externa
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em junho é de US$ 307,29 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2016 terminou com uma dívida de US$ 321,29 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 259,61 bilhões em junho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 47,68 bilhões no fim do mês passado, segundo as estimativas do BC.
De acordo com a instituição, merecem destaques na dívida externa de longo prazo no ano desembolsos de títulos do setor financeiro em dólares, de US$ 1,4 bilhão, e as amortizações dos empréstimos de outros setores em dólares, de US$ 2,9 bilhões, e dos títulos do governo em dólares, de US$ 452 milhões.