Contas externas têm déficit recorde de US$ 6,6 bi para o mês de agosto
Este é o pior resultado das contas externas para agosto em 10 anos, segundo dados do BC, quando em 2014 o saldo negativo foi de US$ 6,72 bi
atualizado
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As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 6,6 bilhões em agosto de 2024, ante déficit de US$ 969 milhões no mesmo mês em 2023. Os dados estão no relatório de estatística do setor externo divulgado pelo Banco Central (BC), nesta quarta-feira (25/9).
Este é o pior resultado para o período em 10 anos, segundo informações do BC, quando em agosto de 2014 o saldo negativo das transações correntes foi de US$ 6,72 bilhões.
O déficit nas contas externas nos últimos 12 meses somou US$ 38,6 bilhões (1,75% do Produto Interno Bruto), ante US$ 33 bilhões (1,49% do PIB) em julho e US$ 32,2 bilhões (1,54% do PIB) em agosto de 2023.
Os investimentos estrangeiros diretos também subiram (14,3%).
Balança comercial
Por outro lado, a balança comercial teve superávit de US$ 4 bilhões em agosto de 2024, menor do que o saldo positivo de US$ 8,8 bilhões em agosto de 2023.
Segundo o BC, as exportações somaram US$ 29,2 bilhões — o que representa recuo de 6,8% na comparação interanual. Já as importações aumentaram 12%, totalizando US$ 25,2 bilhões.
A balança comercial contabiliza os valores das importações e das exportações de mercadorias. Um saldo positivo (superávit) significa que o país exporta mais do que importa, enquanto um saldo negativo (déficit) ocorre quando o país exporta menos do que importa.
Serviços e renda
O déficit na conta de serviços totalizou US$ 4,7 bilhões no mês, contra déficit de US$ 3,1 bilhões em agosto de 2023 — o que representa um crescimento de 53,4%.
As despesas líquidas também aumentaram nas seguintes áreas:
- serviços de transportes, com alta de 49,3% (US$ 1,5 bilhão);
- serviços de propriedade intelectual, com alta de 56,4% (US$ 787 milhões);
- serviços de telecomunicação, computação e informações, com alta de 44,7% (US$ 580 milhões);
- viagens internacionais, com alta de 24,6% (US$ 766 milhões).
A renda primária teve déficit de US$ 6,2 bilhões em agosto de 2024, 12,1% abaixo do déficit de US$ 7 bilhões de agosto de 2023.