Consumo nos lares brasileiros tem alta de 11% em setembro
Índice subiu 2,84% nos primeiros nove meses de 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras)
atualizado
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O consumo das famílias brasileiras registrou um avanço de 11,19% em setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. É o que mostra um levantamento divulgado nesta quarta-feira (9/11) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Em relação a agosto, a alta no consumo nos lares brasileiros foi de 0,39%. No acumulado do ano entre janeiro e setembro, o crescimento chega a 2,84%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o vice-presidente institucional e administrativo da Abras, Marcio Milan, o bom resultado do mês passado é reflexo da diminuição do desemprego no país, além da regularidade no pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600.
No trimestre móvel de julho a setembro, o índice de desemprego ficou em 8,7% – um recuo de 3,9 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.
A projeção inicial da Abras para 2022 era um crescimento de 2,5% no consumo dos lares brasileiros. A estimativa foi revisada e agora é de 3% a 3,3% – apenas 0,5 ponto percentual acima do acumulado já alcançado até setembro.
Queda no preço dos alimentos
Outra boa notícia trazida pela pesquisa da Abras é a redução no preço médio dos alimentos nos supermercados – neste caso, os dados já se referem a outubro. Neste mês, o valor da cesta com 12 alimentos básicos medida pela entidade recuou 2,26% em relação a setembro, de R$ 326,96 para R$ 319,57. Trata-se da terceira queda mensal consecutiva: em julho, a cesta custava R$ 362,84; em agosto, R$ 345,24.
Os alimentos que tiveram as maiores reduções de preço foram leite longa vida (-9,91%), óleo de soja (-3,71%), feijão (-3,43%), pernil (-0,94%), carne (-0,93%) e açúcar (-083%).
A cesta Abrasmercado é composta por 35 produtos de largo consumo, entre alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza. A cesta com os 12 produtos básicos é formada por açúcar, arroz, café moído, carne bovina, farinha de mandioca, farinha de trigo, feijão, leite longa vida, margarina, macarrão, óleo de soja e queijo.
Por outro lado, ainda de acordo com a pesquisa da Abras, pelo menos seis produtos tiveram aumentos significativos em outubro. Os alimentos cujos preços mais subiram na comparação com setembro foram batata (+20,11%), tomate (+6,25%), cebola (+5,86%), farinha de mandioca (+4,08%), sabão em pó (+2,42%) e sal (+2,28%).
Em setembro, o IPCA ficou em -0,29%, no terceiro mês seguido de deflação no país, de acordo com dados do IBGE.
Copa do Mundo e Black Friday
Segundo Marcio Milan, o fim de ano deve ser um período que consolidará o aumento do consumo nos supermercados. No sábado (12/11), as principais redes do país promoverão, pela primeira vez, o Dia do Supermercado, que passará a fazer parte do calendário do comércio, sempre no segundo sábado de novembro.
Além disso, o mês terá ainda a Black Friday (25/11) e a Copa do Mundo, que começa no dia 20.
“O consumidor está voltando a comprar as marcas que consumia anteriormente”, afirma Milan. “A tendência do consumo para os meses de novembro e dezembro é muito positiva. Ela vem mantendo um crescimento sólido.”
Segundo o vice-presidente institucional da Abras, 2022 tem sido “um ano de aprendizado” para os lojistas do setor. “Nós saímos de uma pandemia, e os supermercados se adequaram rapidamente para atender ao consumidor de diversas formas, como o e-commerce”, destacou.
Desabastecimento
Na entrevista coletiva em que apresentou os dados do levantamento, Marcio Milan também falou sobre os efeitos dos bloqueios nas estradas nas últimas semanas, por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que contestam o resultado da eleição.
Segundo Milan, não houve maiores problemas e o abastecimento de alimentos está “totalmente regularizado”. “Tivemos situações pontuais em um primeiro momento, o que gerou uma preocupação grande. Durante dois ou três dias, os produtos mais afetados foram frutas, legumes e verduras, mas isso foi rapidamente solucionado. Hoje, não temos nenhum problema de falta de abastecimento.”