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Construção civil pode perder mais empregos em 2016 do que em 2015

As obras públicas que estão em andamento, incluindo o segmento mais popular do Minha Casa Minha Vida e os projetos do PAC, devem acabar antes do final de 2016

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
prédio em construção abandonado águas claras
1 de 1 prédio em construção abandonado águas claras - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A construção civil poderá perder mais empregos em 2016 do que os cortes registrados no ano passado, afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.

De acordo com o executivo, as obras públicas que estão em andamento, incluindo o segmento mais popular do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), devem acabar antes do final de 2016. “Não tem obra começando, só acabando. E terminou a obra, dispensa o trabalhador”, afirmou o presidente da CBIC.

O executivo ressaltou que, para evitar esse cenário, é necessário a “redução do tamanho do Estado” e não se pode mais aplicar reduções de investimento.

Ele explicou que o ano de 2015 foi marcado pela falta de recursos públicos, levando a atraso em pagamentos do governo para empresas, e pelo esvaziamento da caderneta de poupança, limitando os recursos para empréstimos. Este ano, por sua vez, poderá registrar a falta de reposição de obras. “Não tem perspectiva de obra nova de infraestrutura ou da faixa 1 do Minha Casa. Precisa começar um novo ciclo, caso contrário, não tem como segurar o emprego”, afirmou.

Queda
A construção civil perdeu 416.959 vagas no ano passado e foi o segmento com segundo maior número de cortes, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado foi melhor do que o projetado pela CBIC, de 450 mil. “No ritmo que vínhamos, a expectativa era pior, mas percebemos que não tinha mais onde cortar”, disse o presidente da CBIC.

O executivo pede medidas estruturais na economia e discute com desconfiança possíveis estímulos do governo. “Se forem aplicadas medidas estruturais na economia, o emprego pode estabilizar ou, pelo menos, não cair. Mas se não diminui o tamanho do Estado ou continuar cortando investimento, vai para o buraco”, afirmou Martins. “A diminuição da máquina pública abre espaço para queda de juros, porque reduz o risco. Com isso, cai o custo de investimento”, acrescentou.

Sobre o impasse político, Martins disse entender que o governo não tem atualmente “muita representação no Congresso”, o que seria necessário para aplicar medidas de ajuste. “Ou ele recupera a força no Congresso ou a sociedade se organiza para que isso aconteça”, disse o presidente da CBIC.

Novo PAC
José Carlos Martins voltou a ressaltar que a principal reivindicação do setor é o pagamento de quase R$ 7 bilhões em atrasos das obras públicas, o que já seria suficiente para dar fôlego às construtoras. O governo estuda medidas para estimular a construção, que responde rápido aos incentivos, como forma de reanimar a economia. A nova estratégia foi batizada no Palácio do Planalto de “novo PAC”.

Já sobre a chegada da terceira fase do MCMV, o executivo disse que ainda não há grandes expectativas de contratação de imóveis na faixa 1 do programa, que oferece subsídio estatal para os compradores das unidades. Enquanto isso, por mais que os outros segmentos, como a faixa 2 e 3, continuem a crescer, eles “não compensam a queda do mercado em geral”. Essas faixas têm pouco subsídio do governo e, como incentivo para famílias de baixa renda, oferecem financiamentos com juros menores que os praticados no mercado.

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