Conjuntura: trabalho informal movimentou R$ 1,2 trilhão em 2019
Para o próximo ano, a tendência é de melhora da perspectiva. A variação do índice nos últimos 12 meses foi de 0,1 ponto percentual
atualizado
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O trabalho informal aumentou a participação na economia brasileira pelo quinto ano consecutivo e atingiu 17,3% do produto interno bruto (PIB), o que representa R$ 1,2 trilhão. Os dados são do Índice de Economia Subterrânea (IES), uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo as entidades, o aumento do indicador é reflexo dos impactos causados pela crise econômica brasileira, iniciada em meados de 2014 e que reduziu o mercado de trabalho e a participação do setor formal da economia.
Apesar do índice, o cenário deve mudar no próximo ano. A recuperação das atividades econômicas sinaliza, segundo a pesquisa, há uma gradativa retomada nos empregos do país, aliada à redução das taxas de juros e ao aumento da renda média do brasileiro, fatores importantes que ajudaram a conter o avanço da economia subterrânea.
O índice começou a ser calculado em 2003, tendo seu maior valor histórico da série, cerca de 21% do PIB brasileiro. Desde então, apresentou uma forte tendência de queda, alcançando em 2014 o seu menor valor (16,1%).
A partir deste momento, como reflexo da crise econômica brasileira, o indicador aumentou 1, ponto percentual até 2019, saltando de 16,2% para 17,3%. A informalidade, segundo a pesquisa, aumentou após 11 trimestres de recessão, entre o segundo trimestre de 2014 e o quarto trimestre de 2016.
Para o próximo ano, a tendência é de melhora da perspectiva. ” A variação do índice nos últimos 12 meses foi de 0,1 ponto percentual, contra 0,4 ponto percentual na medição do intervalo entre 2017 e 2018″, pontua a pesquisa.
A longo prazo, a informalidade deverá cair ainda mais, devido à reforma trabalhista realizada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). “A reforma tende a estimular a formalização do mercado de trabalho nos próximos anos e a reduzir o custo relativo da formalização, estimulando a volta do emprego formal”, conclui o estudo.