metropoles.com

Congresso aprova proposta orçamentária de 2018

Proposta prevê crescimento de 2,5% da economia em 2018, salário mínimo de R$ 965 e gastos previdenciários na ordem de R$ 585 bilhões

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Marcos Brandão/Senado Federal
senado orçamento
1 de 1 senado orçamento - Foto: Marcos Brandão/Senado Federal

O Congresso Nacional aprovou, na noite de quarta-feira (13/12), o substitutivo da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para o Projeto de Lei Orçamentária de 2018. A versão aceita por deputados e senadores recebeu um adendo de Plenário do relator-geral do Orçamento, deputado Cacá Leão (PP-BA).

A proposta prevê crescimento de 2,5% da economia em 2018, salário mínimo de R$ 965 (o atual é de R$ 937) e gastos com Previdência Social – a maior das despesas primárias – de R$ 585 bilhões. O pagamento com juros da dívida pública alcança R$ 316 bilhões.

No entanto, o plenário acabou aprovando uma proposta com série de medidas de ajuste que ainda não foram aprovadas pelos parlamentares e que podem provocar um rombo de R$ 21,4 bilhões nas contas do ano que vem. Os destaques (sugestões de mudanças) foram rejeitados, e o texto segue para a sanção presidencial.

A principal das iniciativas é a mudança na tributação de fundos exclusivos de investimento, que renderia cerca de R$ 6 bilhões líquidos aos cofres da União. Embora tenha sido encaminhada como medida provisória (MP), que tem vigência imediata, ela precisa ser aprovada e sancionada pelo presidente Michel Temer ainda em 2017 para ter efeito no ano que vem. Mas o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu que o texto não será mais votado neste ano.

“Se começa com furo, tem que começar o ano economizando”, reconheceu mais cedo o relator-geral do Orçamento, deputado Cacá Leão. Além do bloqueio de gastos, nova opção seria o envio de outras medidas ao Congresso Nacional, mas ele não mencionou quais. “Isso é um problema que foge da minha alçada”, disse o parlamentar.

Para atender aos inúmeros pedidos dos congressistas, Leão fez cortes em várias despesas propostas pelo Poder Executivo, incluindo programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que perdeu R$ 1 bilhão. Esses recursos, que totalizaram cerca de R$ 5,3 bilhões, foram remanejados para atender a demandas das bancadas, que queriam contemplar suas bases eleitorais, sobretudo em ano de eleições.

O corte foi considerado necessário pelos parlamentares porque o projeto chegou ao Legislativo com folga de apenas R$ 170 milhões para o teto de gastos do ano que vem, deixando pouca margem de manobra.

Apesar das concessões de última hora, Cacá Leão não conseguiu, por exemplo, aumentar o dinheiro destinado à assistência social, um dos principais pedidos de deputados e senadores. Ele argumentou que a Emenda Constitucional 95, que estabeleceu teto para os gastos públicos, não deu margem para que pudesse atender a algumas reivindicações.

Créditos suplementares
Para impedir que o Planalto reverta totalmente essa distribuição de recursos, que acolheu emendas que o governo não tem obrigação de pagar (as chamadas de não impositivas), o texto incluiu um dispositivo que limita os cancelamentos. Segundo o substitutivo, a edição de créditos suplementares para recompor valores que constavam no projeto original do Orçamento será feita mediante anulação de dotações orçamentárias “limitada, no caso de emenda não impositiva, a 40% do valor acrescido em cada subtítulo”.

Pelo texto, o governo tem autorização para fazer o corte de até 40% sem consultar o Congresso Nacional. Para percentuais maiores, será preciso o aval dos parlamentares – o que é muito difícil de acontecer, principalmente em ano eleitoral. Como o dispositivo foi colocado no meio de um dos incisos, o único veto possível eliminaria todo o texto em questão, o que deixaria o governo sem margem de manobra para remanejar esses recursos. Na avaliação do técnicos, é “melhor” para o governo poder cortar 40% das emendas não impositivas do que não cortar nada.

Apesar da pressão de deputados e senadores para elevar o valor dos recursos destinados a bancar as campanhas no ano que vem, Leão manteve a cifra conforme previsto em lei, o equivalente a R$ 1,716 bilhão. Não houve mudança no plenário. O montante representa 30% das emendas impositivas de bancada mais o valor da renúncia fiscal economizada com o fim da propaganda partidária nas emissoras de rádio e TV veiculada em períodos não eleitorais.

PIB cresce
A Comissão Mista de Orçamento fez uma revisão para cima nas despesas ao elevar a projeção de crescimento em 2018 de 2% para 2,5%. O incremento de R$ 4,9 bilhões na arrecadação da União foi praticamente todo aplicado em despesas fora do teto de gastos. Hoje, existe uma “folga” de aproximadamente R$ 2 bilhões, já que o déficit projetado (R$ 157 bilhões) está abaixo do rombo de R$ 159 bilhões permitido pela meta fiscal. Um espaço insuficiente para compensar qualquer frustração nas medidas.

O Ministério da Fazenda ainda prevê oficialmente alta de 2% no PIB do ano que vem, mas convocou entrevista coletiva para esta quinta-feira (14) e deve anunciar revisão nesse cenário. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que projeções de crescimento de 3% em 2018 são razoáveis. Estimativa maior poderia melhorar a perspectiva de receitas novamente, compensando eventual frustração pelos projetos não aprovados.

Impasse
Nos últimos dias, a base governista chegou a cogitar não aprovar o Orçamento 2018 até que fosse apreciada a reforma da Previdência. No entanto, frente à dificuldade de o governo garantir os votos necessários à aprovação da proposta, os líderes entraram em entendimento para, ainda nesta quarta-feira, limpar a pauta do Congresso e votar o Orçamento.

A análise das alterações das regras para a aposentadoria dos brasileiros está pré-agendada para o próximo dia 18. Na tarde de ontem, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que haveria acordo para deixar a votação para fevereiro. À noite, acabou desautorizado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República: em nota, a pasta informou que caberá ao presidente Michel Temer (PMDB-SP) marcar a data de apreciação da reforma da Previdência. (Com informações das agências Câmara e Estado)

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?