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Conflito entre sócios e crise na BRF foram superados, diz Abilio Diniz

O empresário, dono de 3,92% da BRF, diz que a empresa agora está “em outro momento”

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RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
EXAME FÓRUM 2015.
1 de 1 EXAME FÓRUM 2015. - Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Para Abilio Diniz, a turbulência na BRF, dona de Sadia e Perdigão, ficou para trás. Maior exportadora de frango do mundo, a empresa teve prejuízo por três trimestres seguidos, algo inédito em sua história, e viveu meses de divergência entre sócios, com debandada de executivos e demissão do presidente. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o empresário, dono de 3,92% da BRF e presidente do conselho, disse que esses temas foram superados e que há agora “outro clima”.

“Casa que não tem pão todo mundo reclama e ninguém tem razão. Numa situação assim, você tem opiniões divergentes dos acionistas e dos investidores, certa pressão para que resultados voltem. Mas isso está completamente ultrapassado.”

A pacificação da BRF narrada por Abilio decorre, em sua visão, da eleição do novo presidente, José Aurélio Drummond Jr. A escolha foi vista como demonstração de força do empresário, que impôs o nome do executivo mesmo com oposição dos fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil) e Petros (da Petrobras) – maiores acionistas da BRF, com 11% cada um.

O processo acirrou os ânimos no conselho, que já vivenciava discussões acaloradas sobre os rumos da empresa. Os fundos diziam que o sucessor de Pedro Faria, que comandava a BRF desde 2014, deveria ser trazido por uma empresa de recrutamento, e não poderia ser ligado a acionistas. Abilio advogou por Drummond, que era conselheiro da BRF e visto como nome de sua confiança.

Abilio minimizou o conflito. “(A eleição) foi muito mais tranquila do que parece”, disse. Mas ele confirmou que chegou a pedir a contratação de firma de investigação para apurar vazamentos no colegiado.

Novos nomes
Segundo Abilio, a BRF está em “outro momento”. Essa nova fase terá bem menos influência da Tarpon, sócio com 8,5% da empresa. O empresário afirmou que, com a saída de Faria, sócio do fundo, “praticamente não há mais ninguém da Tarpon” na BRF e que o fundo ajudará por meio do conselho.

Na visão de Abilio, a recuperação dos resultados da empresa, que teve lucro no terceiro trimestre, deverá se consolidar. Uma nova marca vai ser lançada e o processo de internacionalização reforçado, afirmou.

O projeto de abertura de capital da OneFoods, subsidiária voltada para o mercado muçulmano, está sendo repensado e a entrada de investidores não está descartada, afirmou.

Procurada, a Previ disse, em nota, que não falará de assuntos ligados à governança, mas que segue “insatisfeita com o desempenho” da BRF. A Petros disse que não se pronunciará sobre questões internas, mas que está “insatisfeita com os resultados apresentados pela BRF e com o desempenho das ações”.

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