Conflito entre Rússia e Ucrânia pode afetar o seu bolso. Entenda
Especialistas consultados pelo Metrópoles analisaram como a situação internacional irá afetar o mercado de combustíveis no país
atualizado
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O preço do barril de petróleo disparou com os bombardeios russos à Ucrânia. O conflito entre os dois países impacta diretamente o mercado de combustíveis no Brasil. Se a crise se prolongar, o consumidor deve preparar o bolso para pagar mais caro pelo litro da gasolina, por exemplo.
Especialistas consultados pelo Metrópoles analisaram a situação internacional. Caso persista a conjuntura de alta do dólar e do barril de petróleo, os preços sofrerão reajustes, avaliam.
Ainda não é possível fazer uma projeção de valores. Contudo, a política de Paridade de Preços Internacionais (PPI) praticada pela Petrobras se baseia na tendência de preços do mercado.
As sanções econômicas impostas à Rússia na tentativa de barrar o conflito também terão impacto no mercado. A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e doutor em geologia do petróleo, René Rodrigues explica que a crise político-diplomática deve desencadear um aumento dos combustíveis de forma geral.
“Não sabemos como vai seguir essa tendência de conflito. Se continuar, o preço [dos combustíveis] vai subir. É um desastre para nós consumidores”, descreve.
Ele faz uma ressalva: a disparada dos preços penaliza o consumidor. O caixa da Petrobras, empresa que mantém o domínio no mercado nacional de combustíveis, lucra.
Nesta quinta-feira (24/2), logo após o anúncio da invasão militar na Rússia, o preço do barril do petróleo ultrapassou os US$ 105 pela primeira vez em oito anos. A última disparada do tipo ocorreu em 2014.
O consultor de investimentos Eduardo Moreira alerta para o efeito dobrado que pode ocorrer no mercado de combustíveis.
“O efeito é dobrado: o preço do barril subindo e o dólar subindo frente ao real. Vamos aguardar o desdobramento dos próximos dias para ver se os preços seguirão nestes novos patamares ou recuarão – situação que parece, hoje, improvável”, pontua.
Os ataques
A invasão russa ocorreu na madrugada desta quinta-feira (24/2), horário de Brasília. Logo em seguida, as sirenes da capital Kiev começaram a tocar. O som alertou a população sobre um possível ataque aéreo. O aeroporto da cidade foi esvaziado e teve os voos suspensos.
Putin alertou para que nenhum outro país interfira na ofensiva russa na região separatista da Ucrânia. “Quem tentar interferir ou criar ameaças para o nosso país e nosso povo deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história.”
Na manhã desta quinta, uma segunda onda de mísseis teria atingido a Ucrânia. O governo ucraniano fala em oito mortos e diz que está respondendo aos ataques.