Comissão aprova Orçamento 2021 com R$ 26,5 bi a menos para área social
Recursos foram remanejado para obras e despesas nos ministérios. Área econômica prevê faltar R$ 8,5 bilhões para essas despesas neste ano
atualizado
Compartilhar notícia
O senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, cortou R$ 26,5 bilhões de recursos do seguro-desemprego, abono salarial, subvenções ao agronegócio, benefícios previdenciários e destinou os recursos para obras e gastos dos ministérios.
A mudança constou em uma complementação de voto apresenta pelo senador ao relatório final, cujo texto-base foi aprovado nesta quinta-feira (25/3) pela Comissão Mista de Orçamento.
De acordo com Bittar, o orçamento enviado pelo governo federal obrigaria que os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, escolhessem quais obras continuar e quais parar. E que o Ministério da Economia ficou de enviar uma solução ao Congresso, mas descumpriu esse combinado.
Bittar cedeu à pressão de deputados e senadores que queriam, neste ano pré-eleitoral, ampliar recursos para projetos com maior impacto político nas bases dos congressistas. Ele alegou ainda que os gastos previdenciários estão em queda devido à recente reforma e ao combate a fraudes.
A mudança preocupa o Ministério da Economia. Um relatório da equipe econômica informou que a previsão é faltar R$ 8,5 bilhões para essas despesas neste ano.
Os R$ 26,5 bilhões acabaram direcionados a áreas indicadas pelos parlamentares e pelo governo. A maior parte vai para obras e ações nas áreas das saúde, infraestrutura, agricultura, assistência social e também, por indicação da oposição, regularização fundiária e fiscalização ambiental.
Outra parte vai para gastos com a Polícia Federal e administração de outros órgãos do governo.
Sessão em etapas
O parecer aprovado será analisado pelo Congresso ainda nesta quinta. Em razão da pandemia de Covid-19, a sessão acontecerá em duas etapas. A primeira, na Câmara dos Deputados, estava marcada para começar 15h. No Senado, para 18h.
Com a mudança, o Ministério do Desenvolvimento Regional (administração direta e órgãos vinculados) ficou com previsão de R$ 10,2 bilhões, e o Fundo Nacional de Saúde, com R$ 8,3 bilhões. As duas áreas são as mais favorecidas com o remanejamento de R$ 26,5 bilhões.
Foram canceladas dotações reservadas inicialmente pelo Poder Executivo para quitar benefícios previdenciários no total de R$ 13,5 bilhões, para o abono salarial R$ 7,4 bilhões e para o seguro-desemprego, R$ 2,6 bilhões.
Do total remanejado, cerca de R$ 16,4 bilhões permanecem condicionados à aprovação de um crédito suplementar para contornar a chamada “regra de ouro”. Essa proposta só poderá ser apresentada após a sanção do Orçamento.