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Começa a ruir a expectativa de queda de juros em 2023

Para professor da FGV, em SP, indicador tornou-se “muito dependente” da solução que será dada ao buraco no orçamento da União

atualizado

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Marcos Santos/USP Imagens
Imagens mostram calculadora, lapiseira e notas de reais
1 de 1 Imagens mostram calculadora, lapiseira e notas de reais - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

As projeções sobre a taxa básica de juros no Brasil, a Selic, ainda não incorporaram a mudança de humor do mercado, registrada na semana passada com as declarações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva sobre temas como o teto de gastos. Mas isso pode mudar e a um alto custo para o país. A opinião é do economista Márcio Holland de Brito, coordenador do programa de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo (FGV-SP).

Hoje, o Boletim Focus, relatório do Banco Central (BC) que faz um levantamento semanal sobre a percepção de mais de 100 especialistas do mercado em torno de indicadores econômicos, apontou que a Selic deve fechar este ano em 13,75%. “Para 2022, esse patamar está dado”, diz Brito. “A questão passa a ser se o Brasil poderá iniciar um ciclo de redução da taxa a partir de meados de 2023, como o mercado esperava até as recentes manifestações do presidente eleito.”

Previsões de longo prazo para a Selic indicavam uma queda dos atuais 13,75% para 11,25% no próximo ano. Para o professor da FGV, a taxa, contudo, tornou-se “muito dependente” da solução para o impasse dos  gastos federais. “Se o futuro governo e o Congresso aprovarem despesas de R$ 200 bilhões acima do teto, por exemplo, como se cogitou nos últimos dias, os juros não vão cair nessa velocidade”, alerta Brito.

Esse cenário, acrescenta o especialista, contaminará por tabela as estimativas de crescimento do país. Os indicadores do Produto Interno Bruto (PIB), que refletem a evolução da economia, registraram um avanço de 4,6%, em 2021. Este ano, o número deve ficar em torno de 2,8%. Pode cair para 0,7% em 2023, segundo previsões de mercado. “Além de afetar negativamente o PIB, um novo aumento da Selic tem consequências sempre graves”, frisa Brito. “A cada ponto percentual que a taxa básica de juros aumenta, a dívida pública sobe cerca de R$ 40 bilhões. E  esse é apenas um dos problemas.”

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