Com inflação baixa, Banco Central sinaliza novo corte na Selic
Ao mesmo tempo, recado do Copom é de que tomará decisão sobre juros apenas no momento da próxima reunião, marcada para o fim de outubro
atualizado
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O Banco Central (BC) voltou a indicar, nesta terça-feira (24/09/2019), por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que “a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo (monetário)”. Em outras palavras, a sinalização é de que cortes adicionais da Selic (a taxa básica de juros) devem acontecer.
Na semana passada, em sua decisão de política monetária, o Copom reduziu a Selic de 6,00% para 5,50% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo de meio ponto porcentual no atual ciclo de baixa da taxa básica, após 16 meses de estabilidade.
Na ata do encontro, o BC também repetiu uma ideia contida no comunicado da semana passada: a de que “a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve ajuste no grau de estímulo monetário, com redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual”.
Ao mesmo tempo, o BC enfatizou que, apesar da avaliação de que a taxa poderá cair ainda mais, “os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”. Na prática, o recado é de que o Copom tomará sua decisão sobre juros apenas no momento da próxima reunião, marcada para o fim de outubro.
Reformas e ajustes avançando
O Banco Central reafirmou, por meio da ata do último encontro do Copom, que “o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado”. Ao mesmo tempo, o BC enfatizou que “perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.
Estas ideias já haviam sido expressas pelo BC no comunicado do último encontro do Copom, divulgado na quarta-feira passada. Na ocasião, o colegiado reduziu a Selic de 6,00% para 5,50% ao ano.
Entre as reformas pretendidas pelo governo, a principal é a da Previdência, cujo projeto está atualmente em tramitação no Senado.
Na ata, o Copom ressaltou ainda que “a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes.”. “Em particular, o Comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva.”, acrescentou a instituição por meio da ata.
Inflação a 3,3%
A ata do último encontro do Copom do Banco Central, indicou que a projeção para o IPCA de 2019 no cenário de mercado está em 3,3%. Já a projeção para 2020 é de 3,6%.
Estes são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada, quando a Selic (a taxa básica de juros) passou de 6,00% para 5,50% ao ano. Foi o segundo corte da taxa após dez encontros de estabilidade. O cenário de mercado utiliza como referência as projeções do Relatório de Mercado Focus para a Selic e o câmbio.
Na ata do encontro anterior do Copom, ocorrido no fim de julho, as projeções do cenário de mercado estavam em 3,6% para 2019 e 3,9% para 2020.